“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

02
Out 13


Como os antípodas se juntam… porque se encimar a cabeça no parapeito vejo tudo a perecer, a esperança, a estabilidade, os amigos, o dinheiro, o futuro e o caralho a quatro mas se me guardar e fechar a janela… hmm é delicioso, é bonito, é génesis de mim e do espaço que ocupo.

Grey view, o Herbst para além dos seus Lantlôs e Líam, tem ainda mais um lado, LowCityRain, post punk, cá para nós aquilo cheira a gótico certeiro, à semelhança dos UltraNoir mas confinemos essas observações a esta página, não vá arranjar chatices...

Bem, acontece que o projecto finalmente debutou na cena musical e com um homónimo do qual já se conhecia duas canções.

Enquanto se espera pelo sucessor do Agape, ouve-se e reouve-se esta novidade que quase parece anacrónica porque cheira a negro e fumo de cigarro e noite de nevoeiro lá das bafientas caves urbanas oitentistas.

Fico contente que ele tenha decidido tomar as rédeas dos vocais, tanto nos já mencionados LowCityRain, como nos Lantlôs porque é perfeitamente capaz de vocais agressivos, quanto barítonos melodiosos, tenho pena, apenas, que assim tenha perdido a única oportunidade de voltar a ouvir o Neige em registo mais agressivo, visto que o gajo se vai deixar disso no Shelter.

Nada que não se esperasse, o francês não é de medos ou de convocar esperanças infundadas.

Depois de toda esta ladainha, olho para cima e não restam dúvidas de que não mudei, queres saber a melhor?

Tenha um colega, amigo ao qual vou ao casamento daqui a uns dias, que cada vez que me via a usar uma espécie de ushanka preto e felpudo sem orelhas me chamava de Nevruska, e nem ele sabia bem porquê, o destino é rato.

Só falta lançar o cabelo da janela da torre e partir. 


publicado por Ligeia Noire às 12:42
música: "Grey View" de LowCityRain

25
Set 13

 

Rés-do-chão

 

I find myself in love

The fall of you defining me

I’m always home with her as a shield

You are me.

Gosto muito deste trecho, principalmente a forma como o sujeito se dá conta do seu estado…

«Então como te encontras?

Cá eu encontro-me apaixonado…»

Um feliz acaso de palavras.

 

Étage 1: I'm scared of swimming in the sea

 

Estou na cama ainda, dói-me a cabeça e não me apetece ir já pro mundo, tudo é fumo lá fora e coisas de fazer. Fui trabalhar estes dias e em modo Staccato:

How

Did

You

End

Up

In

Hell?

E eu lá sei…

 

Étage 2: I hate being undermined

I'm afraid I can be devil man

And I'm scared to be divine

 

Três concertos e, escolher, deveria ser-me vetado, Altar of Plagues, Alcest e Tarja Turunen. Acho que já se esta a prever qual vai ser, não posso estar no mesmo país e não ir, tenho de presenciar e pronto, dê por onde der.

 

Étage 3: When I allow it to be

There's no control over me

I have my fears

But they do not have me

 

Sim, já deu para perceber que ando a ouvir o novo álbum da Sirena, é curioso como nunca lhe perdi o rasto, ao contrário dos Nightwish, que já vão na terceira vocalista e ainda por cima uma que nunca me despertou paixões. A Tarja é especial e eles sempre o souberam, principalmente o Tuomas, no entanto, em nenhuma banda de metal sinfónico ou quejandos há um letrista como ele, o domínio de inglês que lhe permite escrever verdadeira poesia, é raro. Faltam esmeraldas, rubis e diamantes que lhe coroem a voz, faltam as palavras dele, as estórias do dead boy. No entanto, também lhe falta a ele a centelha… continuo a encontrar verdadeiras maravilhas nos Nightwish, a Poet and The Pendulum ou a Song of Mysef mas falta enoquiano para elevá-las aos céus, falta a voz dela, o sotaque dela, aqueles olhos verdes brilhantes, os vestidos, a graça, aquela mulher domina o palco, abalroa-o, a voz cobre o registo lírico e o dramático numa agilidade imperiosa. Sempre de saltos que tocam os céus e cabelos negros em esplendores de Inverno, é assim que uma deia se comporta, sem dar explicações e sendo inalcançável e toda de gelo, menos quando os olhos se lhe desaguam na música, posso dizer que há três mulheres que me conquistaram o coração, a minha Rainha grega Galás, a Sirena Finlandesa e a Dido não a de Cartago mas a sua congénere holandesa.

Sílfides de ser.

 

Étage 4: I'm afraid of loving women and I'm scared of loving men

 

Tenho mais um casamento nos dias que se avizinham, confesso não me apetecer muito ir, já não sei como me comportar sozinha com a rapariga-que-tem-nome, nunca pensei dizer isto mas se a outra estivesse lá, se calhar… sentir-me-ia mais à vontade. No entanto, tenho curiosidade de voltar a rever todos os meus amigos, quanto tempo não passou desde que éramos seis e contentes?

 

Étage 5: Memoria, no one hurts like you

 

E ele diz: eu gosto muito de ti e eu sorrio sozinha em cima da cama com as letras a dançarem-me toda.

 

Étage 6: She is a killer

 

A deusa Fínica terá de esperar por mim…

 

Étage 7: Va la niña, al llamado del mar

Cabellos de agua y piernas de sal

Mejor dejar el cuerpo, no volver

Que anclarse a morir

 

Porque só poderia ser Alcest a escolha do precipício.



Aos vinte e dois de Setembro de dois mil e treze.

 

publicado por Ligeia Noire às 11:13
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29
Ago 13

 

Pelo menos cada vez que vejo o Trent Reznor mato saudades do Jack Shephard. Até a forma de andar é similar... e era isto. Já agora, grande canção. 

publicado por Ligeia Noire às 13:04
música: "Copy of A" dos N.I.N.

24
Jun 13
 

This is the film

close to the third act and the misery

this isn't rain

you rapist werewolves

this is god pissing down on you

Don't worry,

you won't die alone

I'll break off my own arms and

sharpen my bones and

stab you once for each time

I thought of you,

trying to take something

you'll never be good enough

to even look upon

 

it's better to push something when it's slipping

than to risk being dragged down

 

If you want to hit bottom

don't bother taking me with you

and I won't answer if you call

I'm two heartbeats ahead in hell

trying to break your fall

 

this isn't a mob,

I won't need to change

to change the names

everyone around you has murdered

someone's something sacred

there isn't one nail without dirt under it

there isn't any "white cotton panties"

that aren't soaked and stained red

 

it's better to push something when it's slipping

than to risk being dragged down

 

If you want to hit bottom

don't bother taking me with you

and I won't answer if you call

I'm two heartbeats ahead in hell

trying to break your fall

 

into the fire

 

Lyrics by M.M./Letra da autoria de M.M.


publicado por Ligeia Noire às 15:05

24
Mai 13


Acontece que nós, seres humanos, felizmente ou infelizmente - não sei - somos da família dos primatas poligâmicos. Isto é, somos naturalmente, biologicamente, instintivamente poligâmicos. A ararinha do Brasil, o pombo, o joão-de-barro são naturalmente monogâmicos, mas nós não! Nós somos poligâmicos! Em outras palavras, o casamento monogâmico, construção da cultura judaico-cristã, é, para o homo sapiens, absolutamente antinatural!

Tanto é assim que quando nos casamos, seja no civil, seja no religioso, temos que prometer fidelidade, e diante de testemunhas. Prometemos porque ser fiel não é natural! Alguém precisa prometer que vai beber água todos os dias ou que vai comer quando sentir fome? Não. Ninguém duvida que o faremos!


In Vivamvs: Instituto Interdisciplinar para Saúde Mental, blog de Graça Oliveira

 

Hoje acordei com o coração a ouvir-se por fora dos cobertores mais um pesadelo, presumo.

Não consigo conceber, aliás até me assusta, o comprometer-me com alguém, soa-me sempre a estar presa de algum modo, limitada, circunscrita, sujeita a um determinado comportamento.

Sempre detestei responsabilidade, o meu emprego ideal seria aquele incógnito do staff de uma banda, exactamente, aquele tipo que anda no palco a ligar cabos e a arruma-los no final do concerto, de sonho diria.

O mais cómico disto tudo, é que sempre fui a menina responsável, a que tomava conta dos outros.

E porquê?

Por não falar muito? Por ter boas notas? Por me pôr a ler colunas de revistas cor-de-rosa aos sete anos, na rodoviária, para as velhotas?

Foda-se, as pessoas são tão facilmente ludibriáveis.

O que mais gosto nestes rituais, os de galanteio digo, é exactamente isso, a corte, sempre o estágio primeiro, a sedução, o jogo, o desejo, o nunca saberem o suficiente de mim e eu não querer saber o suficiente dele/as, o fantasiar com o que está para lá dos olhos, a passionalidade, o que não se controla, o enquanto jorra é porque jorra naturalmente, depois tudo o que está para lá disso não tem interesse, absolutamente nenhum, para mim.

Aliás, não é mais do que um repelente.

A individualidade não funciona a dois, claro que consigo esquecer-me disso tudo durante o período passional, enquanto dura o feitiço, no entanto, todo o socialismo que vem a seguir, é-me impossível.

O ser humano é enredado, já se sabe, se eu disser que sou quatro pessoas, como já o fiz, não me refiro apenas a mim mas sim ao facto de que, enquanto ser humano, assim o sou.

Não quer dizer que esteja a dissimular a minha imagem de acordo com a pessoa que está a olhar para mim, estou apenas a adaptá-la.

Usando a domino.

Há a escolhida para os amigos, para a família, para os amantes, et cetera e tal.

Todas estas meninas são fieis, são minhas e sou eu, mas não podem viver juntas aos olhos alheios, não as posso reunir à mesa, qual Santíssima Trindade.

E, às vezes, penso se quero mesmo que isso aconteça, que haja alguém a quem possa mostrar o negro e o carmesim, o sorriso escarninho e as lágrimas quentes e, sendo possível, só poderia ser um amigo, nunca um amante porque desses, não quero saber como lavam os dentes, ou vê-los a escolherem a roupa, ou ir às compras com eles, andar de mão dada, respeitar datas, usar alianças, apresentar a x e y ou ter de, o ter de mata-me!

Não e não e não.

Eu gosto do aparece porque quer, do apeteceu-me, ou o quero e quero agora, do não saber muito bem se comportamentos extremos ou romantismos de cavaleiro medieval se revolvem por detrás daqueles olhos.

A paixão e o amor ficam tão bem misturados com o por desvelar e a vontade e nós sabemos que tudo o que abandona a escuridão e o segredo da noite é feio, chato, obrigacional e vendido e, na verdade, não, não quero que exista.


publicado por Ligeia Noire às 14:50
música: "Physical" versão dos N.I.N. do original de Adam & Ants
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18
Abr 13

 

Ante-Scriptum: Estou a rever o Lost e, como a Senhora de Negro disse, esta série está para os anos dois mil como o Twin Peaks para os oitenta e os Ficheiros Secretos para os noventa, olhando ali para baixo vejo os raios de brilhantismo e ao mesmo tempo sinto o sufoco, a miséria e o desespero da condição humana, especialmente adensada desde o início do capitalismo, um punhado deles a espalhar o pó de cima do trono.


Sawyer: So we're stuck in the middle of damn nowhere. What about we talk about that other thing?

You know, the transmission Abdul picked up on his little radio.

The French chick that said "they're all dead."

The transmission's been on a loop for... how long was it, freckles?

Kate: 16 years

Sawyer: Right.

Let's talk about that.

Boone: Well, we have to tell the others when we get back.

Shannon: Tell them what exactly?

Boone: What we heard.

Shannon: You didn't hear anything. I'm not a stupid translator.

Sayid: No one's going to tell them anything.

To relay what we heard without fully understanding it will cause a panic.

If we tell them what we know, we take away their hope.

And hope is a very dangerous thing to lose.

Kate: So we lie.

 

publicado por Ligeia Noire às 22:47
música: "Dream House" dos Deafheaven

15
Abr 13


In the hallowed halls of… national security agencies and the pentagon, the top military, top security people… the top people knows essentially this reality but the masses of people don’t.

And the people in authority, the elite as it were, the power brokers had desperately tried to keep the lid on this thing because… it is not simply visitors from another planet or from another star or another galaxy, or even another dimension, it’s not simply that.

It isn’t that simple.

We’ve learned over the years… that several of these intelligences have been involved with us from the beginning of human History and the evidence has been collected that the human race, literally, is a hybrid race and that some of these advanced intelligences from whoever they are from have been involved in genetically manipulating us, as a species, from the beginning of our History.

Man is a hybrid from a lower order; we’ve been genetically manipulated by advanced intelligences into what we are.

Now that in itself is dynamite, for God’s sake!


Robert Dean, rtd. Command sergeant major from the US army


publicado por Ligeia Noire às 14:34

14
Ago 12

 

E se um dia ou uma noite um demónio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse:

«Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há-de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez, e tu com ela, poeirinha da poeira!».

Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demónio que te falasse assim?

Ou viveste alguma vez um instante descomunal em que lhe responderias: «Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!»

Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e, talvez te triturasse a pergunta diante de tudo e de cada coisa: «Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?»

Pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?

 

Friedrich Nietzsche in Gaia Ciência

 

A temperatura média do universo diminui à medida que se expande. Alguns autores afirmam que a partir de um determinado momento, quando universo for totalmente arrefecido, começará a diminuir de tamanho novamente, voltando à sua primeira forma, a do átomo inicial.

 

in Gamow, a explosão e a teoria da expansão

 

Ambos os excertos fornecidos com a cortesia da senhora Wikipedia.


publicado por Ligeia Noire às 16:02

04
Jul 12


Ninguém tira o pecado do mundo.

Ontem, ao finalmente terminar de ler O Castelo de Otranto, senti-me como a Hipólita, uma idiota que se conforma com a idiotia que lhe puserem no prato porque gosta da onda de prazer que lhe advém da martirização.

-Minha cara, acho por bem fatiarmos-lhe os dois braços porque Looks like it's gonna be another one of those rainy days again...

E, sem gastar a balança ou lhe usar os pratos já sabe de antemão que o melhor é conformar-se.

Sem meter pés ao caminho, já lhe fareja a inutilidade.

Há um esconderijo muito escondido cá dentro e enquanto o mantiver jamais conseguirei sentir-me toda limpa.

Não estava à espera desta carta, palavras desenhadas como as desenharia o Cavaleiro-das-Terras-Brancas que o cavalheiro é.

Todavia, enquanto os meus olhos ainda ensonados iam descendo pelas linhas ornadas de traços fortes e precisos via-me virgem casta cada vez mais elevada, tão elevada me mantém, que acho nem ele mesmo me conseguir tocar.

Não gosto, eu não fico bem de branco, nem de diadema mas partilho-te das saudades, meu querido.

Ainda não consegui perceber qual de mim vê ele…

Tenho por certo, que nenhuma das quatro merece tamanhos e tão longos afectos.

Ah, é verdade, a flor-selvagem secou.

Sempre soube que o que lhe devotava era uma forçada vontade de me ver enamorada e, não fui assim tão desventurada, consegui uma paixão menina na sua orla mas bravia no miolo.

Tomei-lhe a boca e o corpo e as mãos nas pálpebras, desenhei mesuras e sofrimentos, enlacei-lhe fitas rosa nos pulsos.

Foram demasiados anos de inutilidades pequenas e beijos sôfregos.

Chorei-lhe algumas lágrimas, minto, muitas.

Era necessário que toda eu me acreditasse na devoção que pensei conseguir cultivar, para que ao estádio de fruto chegasse mas dou-me conta de que o caixão onde me acho continua com espaço apenas para mim e para o meu cabelo enlaçado.

Ainda há duas ou três contas de rosário negro de vidro para desfiar mas preciso voltar para dormir.

For in the back of my mind I always thought I'd find my way to paradise

publicado por Ligeia Noire às 12:38

22
Mai 12


Are you in

Or are you out?

Words are stones

In my mouth

Hush little baby

Don't you cry

Truth comes down

Strikes me in the eye

Turning seasons within

Brand new nails across my skin

Who am I to imply

that I was found and I found you in the white?

To overcome this I become one with

quiet colder late November

If you don't see I remain unseen

Untill it's time to be rememebered

So I had a green light

I was lost in city lights

Not so far from a try

This is not our last good bye

Don't you cry...

So I found you

found the way all through

the quiet cold of inner darkness

now that you're here

it becomes so clear

I have waited for you always

 

In the White dos Katatonia/In the White by Katatonia

publicado por Ligeia Noire às 22:26
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