“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

05
Out 13

 

Beware

 

[Intro]


(He came to me with money in his hand
He offered me, I didn't ask him
I wasn't knocking someone's door down
I was running from that
When I got out, I was in that
I was already through that
I had that, I had the studio
I went to the studio, I went to Fox studios!
I had it all, I looked at it and said:
«This is a bigger jail than I just got out of.»
I don't want to take my time going to work
I've got a motorcycle and a sleeping bag
And 10 or 15 girls. What the hell I want to go
Off and go into his - and go to work for?
Work for what, money? I got all the money in the world
I'm the king, man. I run the underworld guy
I decide who does what and where they do it at
What am I going to run around and act like I'm some
Teenybopper for someone else's money?
I make the money, man. I roll the nickels
The game is mine, I deal the cards)

 

I close my eyes and seize it
I clench my fists and beat it
I light my torch and burn it
I am the beast I worship...

 

And I know soon come my time
For in mine void a pale horse burns
But I fear not the time I'm taken
Past the point of no return
Wage war like no tomorrow
Because no hell, there won't be one
For all who deny the struggle
The triumphant overcome

 

Trips to where, few have been
Out of thin air, upon high winds
Rites begin when the sun descends
Have felt what few will ever know
Have seen the truth beneath the glow
Of the ebb and flow, where roots of all mysteries grow
I am below, so far below
The bottom line
Transmitting live, transmissions rise


From the depths out of controlled by
Suspended glance of an unblinking eyes
Imminent gaze cast 'pon the path that winds
'Pon the path I find, and claim as mine
To ride the waves, of unrest
Made to make me shine as a testament
To why the ways of the blind will never get
Shit but shanked by my disrespect
Dismiss this life, worship death
Cold blood night of serpent's breath
Exhaled like spells from the endlessness
In the bottomless wells of emptiness
Channelled to invoke what we represent

 

Secret order
Elitist horde of
Creeping fire
Seizing power
Riders of the lupus hour
Eye on palm
Time is gone
Moonlight drawn
Fly till dawn
Sacrifice to rise beyond
Deep inside the violent calm
Of the coming storm
In blood sworn
To glorify and for life adorn
With all that dies to become unborn

 

I close my eyes and seize it
I clench my fists and beat it
I light my torch and burn it
I am the beast I worship...
I am the beast I worship

 

In the time before time eyes 'bove which horns
Curve like psychotropic scythes
And smell of torn flesh bled dry
By hell swarms of pestis flies
Vomiting forth flames lit by
An older than ancient force
That slays this life with no remorse

 

The spiral storm
Of flames inside
The torch I raise
The force I ride

 

Feel my vessel go up in flames
Flesh torch lit by thee unnamed
Direct connection to the source
Vestment of unnatural force
Forever burning black torch
Wisdom of the old and true
Possessed by the chosen few
Shining to reveal the ways
Of a darkness that pervades
All that is and ever was
Inferno of witches blood

 

Worship is not on bended knee
Nature knows not of mercy
To pray is to accept defeat
Power pisses on the weak
Bow and beheaded by the beast
Beggar on a bitches leash
Scum is desperate for relief
Worship is the way I ride
Witching currents through the eye
Of storms that force the false to die
Worship the flames with which I rise
Into apocalyptic skies

 

Harsh winds flay mine flesh to bone
In splintered skeleton I roam
Wastelands with not to call my own
But the path I walk alone
The hunger burns, within my gut
As my bones turn into dust

 

And I know soon come my time
For in mine void a pale horse burns
But I fear not the time I'm taken
Past the point of no return
Wage war like no tomorrow, know well there won't be one
For all who deny the struggle
The triumphant overcome ...

 

I close my eyes and seize it
I clench my fists and beat it
I light my torch and burn it
I am the beast I worship...
I am the beast I worship

 

 

Letra de Death Grips/Lyrics by Death Grips

publicado por Ligeia Noire às 12:01
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20
Jun 13

 

Como ando sempre em Marte, só dei conta deste disco ontem.

Passou-me ao lado todo o rebuliço e marketing feitos o ano passado à volta deste CD mas, se percebesse do aspecto técnico da música, teria todo o gosto em fazer uma resenha ao álbum e aos instrumentos usados, participações especiais e quejandos, ainda agora.

Deixa-me só frisar que o senhor Peter Bjärgö dos Arcana anda por lá.

Mais um sueco de uma banda sueca que admiro e gosto muito.

Cheguei a este Redefining Darkness através do, já nestas páginas citado, Lots of Girls are Gonna Get Hurt e, a minha primeira reacção a esse, Lots of Girls are Gonna Get Hurt, foi sorrir, sorrir como se o disco fosse uma private joke entre a banda e os ouvintes, depois… depois deixei-me arrebatar pelo quão bom e melódico ele realmente se revelou.

Agora percebo a razão pela qual montes de mocinhas se iriam sentir ofendidas, essas mocinhas são nada mais, nada menos do que os trves com quem o Niklas gosta de trollar e fez efeito, porque brotaram Marias queixosas por todo o lado.

É claro que também a mim me apanhou desprevenida e surpreendida mas pela audácia, pelo sentido de humor e pela qualidade.

E pronto, foi graças a esse disco de versões que os voltei a ouvir, porque desde os tempos do The Eerie Cold e do Halmstad que os deixei à deriva neste mar meu.

Não tive tempo para experimentar o que andou pelo meio e aterrei neste, que clama redefinir a escuridão.

Por entre este singular caudal musical, a banda que mais gostava e que mais andava comigo ao colo, eram os também suecos Lifelover.

(deve existir qualquer coisa na água da Suécia, deve haver mesmo.

Pop up, pop up e pop up …)

Não eram repetitivos, eram excitantes, misantropos e dotados de um humor negro de veludo.

Os trechos de canções infantis e tradicionais, as recitações ou partes faladas, a mistura de Black Metal, Post Punk ou Dark Ambient que caíam que nem uma luva no meu gosto musical, porque sim, tudo tem de ter um motivo, uma pungência, "não dás ponto sem nó" dizem-me muitas vezes, ah pois não dou. Como diria a Senhora de Negro se o cabelo estiver despenteado estará, com certeza, deliberadamente despenteado.

O paradoxo da rapariga que reverencia a Natureza e o natural mas que gosta do ritual de preparação… pois, não sei explicar, poderia dizer que é uma de mim e outra de mim: a de cima, mas responder-te-ei que não sei e é mesmo assim.

Foram estes gajos que, há uns tempos, me arrastaram para o DSBM mas, depois, como o B. morreu, foram-se embora e fiquei órfã, há outras bandas claro, há muitas mas a maior parte é demasiado linear, ou demasiado ortodoxa, ou simplesmente não me cai nas graças, olhe-se os portugueses Inverno Eterno, até trechos do Mário de Sá-Carneiro usam mas até agora não aconteceu nada entre mim e eles.

Os Lifelover foram amor à primeira vista, misturavam dor e melancolia e humor e podridão e elegância e sedução e desespero e melodia com uma mestria assinalável.

Os Shining… os Shining são feitos da mesma cepa e este novo álbum prova tudo isso com a maior das multitudes.

Geralmente, não sou apologista do argumento: «ah e tal, uma banda tem de evoluir» porque quando lês ou ouves isso, o cd é normalmente uma merda, ou completamente descaracterizado ou então venderam-se à puta mas também não gosto de estar a ouvir sempre a mesma coisa, como se a música não fosse arte e não precisasse de desafiar o receptor, como se o pessoal fosse papar tudo, sem ganhar nada com isso.

Eu quero desafio, alargar de cercanias, evolução mas evolução sentida e natural.

Por exemplo, os Anathema.

Os Anathema evoluíram naturalmente, os novos álbuns têm a mesma força que o Silent Enigma, por exemplo, com a ressalva de agora terem a esperança como base e não a agonia do passado, a melancolia continua lá mas ganhou esperança.

Pode-se preferir uma ou outra fase mas não se pode dizer que ficaram estacados ou presos à fórmula.

Já o último dos Katatonia… não é um mau álbum mas não é cativante, nem diferente, não deram o passo seguinte, soa-me ao mesmo mas com a desvantagem de já não existir ali uma Soil’s song ou a surpresa que ela causou.

Este Redefining Darkness já não tem medo de alagar tudo e de saltar para outro barco e sim eu sei que o Kvarforth é um Show-man mas isto de dar um passo em falso pode matar o artista, é por isso que ele deu os passos todos até saber que estava em terreno firme para começar a trilhar diferentes caminhos, não que ele já não tivesse usado vocais limpos ou outros instrumentos no passado mas, desta vez, dá a sensação de que há liberdade em tudo.

Há berros gorgolejantes, há súplicas ao Deus do plano inferior, há saxofone, há spoken word em espanhol:

 

Estás en la bañera, rodeada de espuma, y extiendes el brazo... y con una cuchilla, despacio... dibujas un surco en tu muñeca... una rosa de sangre perfecta por donde se sale tu vida, desorientada... abrazas la muerte como un consuelo, y finalmente... descansas.


Há guitarra acústica, que me faz lembrar viola ou até guitarra portuguesa, há piano desolado, há baixo delicioso (meio glam diria), há bateria que inunda, epicamente, a base sonora sob a qual a canção é construída.

Há muito imponência.

Por aqui e por ali até me fazem lembrar dos supramencionados Katatonia, aquela profusão de som coroada por uma voz limpa e lamentosa.

Há sussurros também… e há temas em inglês, continuam a ser seis como sempre, mas desta feita, três deles são em inglês, não que isso me desanime porque estão bem escritos e por vezes até jocosos:

 

Father... who art not in heaven
Hear my cries of true remorse
To let a mortal being ever coincide with thou
Must be punished by a fate worse than death 

 

Mas, sinceramente, preferia que fossem todos em sueco, mesmo que não perceba um caralho do que ele diz… porque escrever na língua materna dá sempre muito mais liberdade e intimidade ao autor. É preciso ter um domínio extenso em todos os campos de uma língua para que se consiga dizer aquilo que se quer, sem deixar de lado as ambiências e os segundos sentidos que toda a língua carrega consigo e, mesmo assim, o inglês como língua oculta e original nunca existiu e a nobreza que carregava, perdeu-a toda com a globalização.

O inglês é aquela roupa que vestimos quando estamos em casa, dá pro gasto… deve ser porque sempre gostei de línguas sonoramente mais ásperas, agrestes, não tenho culpa.

É-me nato.

Voltando ao assunto, gostei realmente deste álbum, como já se percebeu, está bem ao nível do Halmstad, se calhar ainda mais criativo até.

Não ouvi os dois anteriores mas devo dizer que para um gajo que criou a banda com doze anos, está a crescer bem, pelas incursões no álcool e na droga do costume, não esperava que brotasse assim, confesso.

Às vezes, dizem que x ou y compunha bem quando estava mamado, implicando que sem ter as veias cheias não vale nada.

Lérias.

Não é a droga ou o álcool que escrevem por ti, se assim fosse os toxicodependentes eram todos artistas, torturados, mas geniais, se assim fosse, todos os criadores que já alguma vez existiram, continuariam a escrever, a compor, a pintar só precisando de uns chutos, umas garrafas ou uns riscos para atingir a centelha… a diferença está na alma, na dor e na inocência que a premeia.

Não confundir inocência com ingenuidade, quando digo inocência refiro-me à vontade e à coragem de saltar sem saber se alguém está lá, rebeldia sim, espontaneidade também mas, para mim, tudo isso não passa de inocência, inocência que termina com a idade, com o emprego, o dinheiro, as pessoas, a responsabilidade e o tempo.

A dor até continua, a miséria de viver também mas a inocência, ai a inocência… essa vai-se e para sempre e, mais tarde ou mais cedo vamos conformar-nos, (com+formar, de forma, como aquelas de fazer os bolos) às exigências da vida.

 A dor ainda permite criar coisas negras e belas mas já não há inocência para saltar, não há romantismo que faça desembainhar a espada para defender essa criatura negra e bela.

Então, elas vão ficando emaranhadas, teias cobrem as partes mais agrestes e belas para que possam ser vendidas e apreciadas por todos.

É isso que salta cá para fora e nos saúda com coisas bonitas, não é o cavalo ou o pó estelar que escrevem ou compõem por eles, quanto muito ajudam a amenizar a dor ou a aparecer em palco e a comunicar com o público, é a profundidade do sentir, a dor de pensar.

Concordo com quem diz que a música deles é suficientemente boa para que não sejam precisos tantos teatrinhos à volta da mesma mas também não condeno toda a panóplia, umas vezes encenada e outras vezes não, que o Niklas dispõe nos concertos e fora deles.

Ei, eu sou apreciadora profunda do Manson e dos seus Spooky Kids como poderia não apreciar?

O que seria do Black Metal sem toda a majestade das vestes, dos espectáculos, o cerimonial dos concertos?

A controvérsia?

Tudo bem que gosto dos Deafheaven ou dos Altar of Plagues ou ainda de uns Wolves in the Throne Room mas tirarem-me cabelos longos, vestes elaboradas e toda a mística e periculosidade dos concertos e do que rodeia a banda por miúdos de hoodies, camisas aos quadrados, óculos e sapatilhas é deixar a cena nua, a música continua lá, eu sei, mas precisa de estar vestida para que os seus a encontrem acho que isso rouba todo o sortilégio e reverência de que o Black Metal sempre se envolveu.

Fields of the Nephilim sem indumentária à spaghetti western do Apocalipse?

Manson sem plataformas?

O Eldritch é um caso à parte, ele bem se tenta vestir de laranja e amarelo mas eu vejo-o sempre como se estivesse de negro.

Azar, uma vez escolhido…

Olhem-se os Rosa Crux: letras em latim, sinos, carrilhões, ok chega de trazer para aqui o gótico.

Claro que, às vezes, muitas vezes, anda tudo mais à volta do eyeliner do que de conseguir a melodia que faz os Senhores do Mundo dos mortos chorarem mas quando se conjugam os dois…

Terminando as conversas divagadas, o Redefining Darkness é um álbum do caralho e não consigo parar de o ouvir.

 

publicado por Ligeia Noire às 00:19
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09
Abr 13


I know it hurts too much

I know that you're scared

I know you're running out of trust

Wishing you were dead


In your misery
You're not alone
So come share your tears with me
And witness it all go wrong

I know it and I feel it
Just as well as you do, Honey
It's not our fault if death's in love with us
It's not our fault if the reaper holds our hearts

41+66.6 = our loss
We're breathing only to fade away
We're running just to get caught

What love's lies blessed
What love's light cursed
Just fear for the best
And hope for our worst

I know it and I feel it
Just as well as you do, Honey
It's not our fault if death's in love with us
It's not our fault if the reaper holds our hearts

Death's in love with us
The Reaper holds our hearts
Death's in love with us
And the Reaper holds our hearts

I know it and I feel it
Just as well as you do, Honey
It's not our fault if death's in love with us
It's not our fault if the reaper holds our hearts


Lyrics by H.I.M./Letra dos H.I.M.

 

Post Scriptum: às vezes, isto tudo não é mais do que uma private joke.

publicado por Ligeia Noire às 13:53
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16
Fev 13


Seven brides serve me seven sins

Seven seas writhe for me

From Orient gates to Rlyeh
Abydos to Thessaly
And Sirens sing from stern
But now I cease to play
For I yearn to return
To woodland ferns
Where Herne and his wild huntress lay

Now the tidal are turning
Spurning the darkness
The great purgations of distinguished tours
Are but stills in time
To the thrill that I’m
Once more
Heading to the bedding
Of her English shores

The wind bickered in Satanic mill sails
Eyes flickered in deep thickets of trees
And mists clung tight in panic to vales
When Brigantia spoke her soul to me

From Imbolg to Bealtaine
Lughnasadh to Samhain feasts
I heard her lament as seasons blent
Together a chimerical beast

Now the tidal are turning
Churning in darkness
The celebrations of extinguished wars
Are but stills in time
To the chill that climbs
Once more
Dreading the red weddings
On her English shores

Gone are the rustic summers of my youth
Cruel winter cut their sacred throats
With polished scythes that reap worldwide
Pitch black skies and forest smoke

And the hosts that I saw there
Drones of carrion law
Drove the ghosts of my forbears
To rove and rally once more

One of her sons from the vast far-flung
Come home to rebuild
The rampant line of the Leonine
Risen over pestilent fields

Now the tidal are turning
Burning in darkness
The salivation of her hungry sword
Shalt spill like wine
From the hills to chines
That pour
Spreading her beheadings
On these English shores

For the hosts that I saw there
Drones of carrion law
Drove the ghosts of my forbears
To rove and rally once more

This is a waking for England
From its reticent doze
This is a waking for England
Lest hope and glory are regarded as foes


English Fire by Cradle of Filth/Letra dos Cradle of Filth


Dedicado ao Cavaleiro-das-terras-brancas



Post Scriptum: Cradle of Filth, há uns anos se me perguntasses se gostava deles, provavelmente dir-te-ia que não, num piscar de olhos mas um dia ainda me irei debruçar com os cabelos a acariciarem todo o chão.

Há muitos anos, mesmo muitos, quando a falling nasceu conheci um maluquinho, como diria a mourisca, que era bastante apreciador destes ingleses, foi aí que primeiro ouvi falar de tal blasfémia e não gostei nada.

A voz do Aristocrata Daniel e a mistura exótica de metal negro e gótico estranhava-se pelas minhas papilas gustativas e elas diziam que era intragável.

Hoje, foram eles que me despertaram para mais uma página, pergunto-me o que será feito do neo-gótico maluquinho que cantava cradle…

Apesar de continuar a não ser a minha praia, (sorrio) continuam a pulular de vez em quando por aqui, aliás cheguei a comprar o cd verdinho para os experimentar e acabou por rodar uma ou duas vezes, ontem peguei nele outra vez.

Os senhores que nasceram do berço da imundície, trouxeram uma nova vida a todo um universo sub-cultural que murchava a olhos vistos.

Apesar do termo -metal gótico- se ter tornado tão malfadado, caso estes senhores ou o reverendo, ou os industriais do metal e da pirotecnia germânicos, por exemplo, não se lembrassem de arranjar uma caneta e escrever ou uma palheta e dedilhar a guitarra, ter-se-ia perdido tudo lá nas batcaves do Reino Unido.

Lições preciosas da Senhora de Negro.

Apesar de não ser admiradora da banda, pelo menos por enquanto, dou por mim a ver e ler entrevistas que o Dani-Dani vai fazendo, e é impossível não me sentir fascinada pelo mesmo mundo.

Desde os filmes dos estúdios Hammer, aos vampiros, à literatura gótica, ao Crowley, à demonologia, ao misticismo, paganismo, mas acima de tudo à sábia e muito, muito mas mesmo muito veia gorda e pululante de sarcasmo corrosivo que os diferencia, como diferenciou os americanos Type O Negative.

Tudo se reúne numa festa negra de caracterizações fantásticas, de performances carismáticas, de orquestrações Bachianas, de indumentárias deliciosas, é tudo pensado, arquitectado, delineado ao pormenor e eu gosto ao quadrado disso.

A beleza que se costura, como diria a Dita.

Claro que a marca maior, a característica que os arranca do mar de almas danadas, são os guinchos lancinantes do vocalista que, agora, compreensivelmente, se encontram mais ou menos enferrujados.

A capacidade sardónica de pegar em todos os chavões da subcultura, em todo o ideário da mesma e criar uma nova corrente pejada de bloody kisses, ah Type o negative... She's in love with herself - she likes the dark: fez-se chocapic de chocolate negro.

Aqui o país de brandos costumes chegou mesmo a ser um dos primeiros, senão o primeiro, a recebê-los, o que é extremamente singular, sendo um reduto tão católico temos figuras como os Cradle of Filth, os Marilyn Manson ou o senhor Quorthon a fazerem-nos visitas sumarentas no início dos inícios.

Qualquer adorador do diabo, apenas contactando com títulos tão exortados e sardónicos como: Painting Flowers White Never Suited My Palette, saliva.

Comigo começou com os Type O Negative, só de lhes contemplar os títulos das canções, já a fome me engalanava toda.

Nos Cradle, as letras coroam o monstro e tudo se mistura. As letras…. Já dei por mim a ler o livrinho das letras do disco que tenho e dos que não tenho e é uma riqueza de referências bafientas, autênticos véus de orações profanas e carnívoras, a maior parte dividida em capítulos como se de cantos se tratassem.

 O imaginário de romantismo doente, lascivo e oculto com que eles brincam como crianças esfomeadas é uma preciosidade e puxa-me.

E ainda falta que o The Gospel of Filth: A Bible of Decadence & Darkness, se me venha parar às mãos, curiosa estou, impulsiva sou.

Este meu caderno medicamentoso anda muito musical e remorado, gosto.

Para terminar e ir papar, tenho a dizer que gosto muito desta melodia, muito, tens bom gosto, aliás só podes ter.

Riso escarninho.

 

publicado por Ligeia Noire às 13:06
sinto-me: Vampires, vampires everywhere
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05
Fev 13


Anos, anos até descobrir de onde tinha saído a letra para a Östenmarsch, fiquei a saber há uns tempos que seria algo de Jean Genet mas daí até chegar a este texto, ufa rasas de sal mas finalmente encontrei.

Não é o texto trigo limpo, farinha amparo mas melhor só se contactar os autores.

Embora algumas passagens sejam nebulosas e outras faltem, é mais ou menos isto: 

 

You lay covered in those moments

As you do in the morning

When you awake from an agonizing dream

And in the course of detention

You sometimes appeal to the wilderness

To the events which were getting underway when you lost your foot

Events which are like semi-awakenings when at times explode on the surface

(...)

The man I was seeking among other men died in his bed like a royal prince.

Before covering his body with a standard a grace shoed him


By its gentle gesture with a rose clenched in

I recognised a hand lift among the dead

Alone you did what a soldier would not dare do

You now descend with no fear or sorrow.

Black shorts gloved your soul like your body

And when you offended the designated grave

A livid puzzle aligned upon a lightning bolt

Was cut into shapes with the sharp edge of a blade.

 

We saw you arise, carried away by madness

Attached tightly by your hair

To the crowns of iron

In that swirling swastika and that dirty rose

Your arms twisted from being taken alive.

 

So which angel has led you across the solid fields?

Go without stumbling, bending the air with your hands.

A delicate helix in front of a meteor

Thus marking out and destroying... our precious path.


Decifrado com a cortesia da pessoa que se veste com a alcunha de spiritofsacrifice e claro, a letra é da autoria de Douglas Pearce e Erik Konofal.

Tendo sido inspirada/reformulada/glosada do e no poema Marche Funèbre do escritor Jean Genet, especificamente na parte nona:

 

 IX 

L'ENFANT que je cherchais épars sur tant de gosses 
Est mort dans son lit seul comme un prince royal. 
Hésitant sur l'orteil une grâce le chausse 
Et recouvre son corps d'un étendart loyal 
  
A la douceur d'un geste où s'accroche une rose 
Je reconnais la main dévalisant les morts! 
Seul tu fis ces travaux qu'un soldat même n'ose 
Et tu descends chez eux sans craintes ni remords. 
  
Comme ton corps un maillot noir gantait ton âme 
Et quand tu profanais le tombeau désigné 
Tu découpais avec la pointe d'une lame 
La ligne d'un rébus par la foudre aligné. 


Nous t'avons vu surgir porté par la folie 
Aux couronnes de fer accroché par les tifs 
Dans la dentelle en perle et les roses salies 
Les bras entortillés d'avoir été pris vifs. 

A peine revenu nous porter ton sourire 
Et tu disparaissais si vite que j'ai cru 
Que ta grâce endormie avait sans nous le dire 
Pour un autre visage autres ciels parcouru.
  
De ton corps bien taillé sur un enfant qui passe 
J'entrevois les éclats je lui veux te parler 
Mais un geste de lui subtil de lui t'efface 
Et te plonge en mes vers d'où tu ne peux filer.


Quel ange a donc permis qu'à travers les solides 
Tu passes sans broncher fendant l'air de ta main 
Hélice délicate à l'avant d'un bolide 
Qui trace et qui détruit son précieux chemin? 

Nous étions désolés par ta fuite légère. 
Un tête-queue brillant te mettait dans nos bras. 
Tu bécotais nos cous et tu nous voulais plaire 
Et ta main pardonnait à tous ces cheveux ras. 

Mais tu n'apparais plus gosse blond que je cherche. 
Je tombe dans un mot et t'y vois à l'envers. 
Tu t'éloignes de moi un vers me tend la perche. 
D'une ronce de cris je m'égare à travers. 
  
Pour te saisir le Ciel fit de sublimes pièges 
Féroces et nouveaux œuvrant avec la Mort 
Qui surveillait du haut d'un invisible siège 
Les cordes et les nœuds sur des bobines d'or. 

Il se servit encor du trajet des abeilles 
Il dévida si long de rayons et de fil 
Qu'il fit captive enfin cette rose merveille: 
Un visage d'enfant qui s'offrait de profil. 
  
Ce jeu s'il est cruel je n'oserais m'en plaindre 
Un chant de désespoir en crevant ton bel œil 
S'affola de te voir par tant d'horreur étreindre 
Et ce chant pour mille ans fit vibrer ton cercueil. 

Pris au piège des dieux étranglé par leur soie 
Tu es mort sans savoir ni pourquoi ni comment. 
Tu triomphes de moi mais perds au jeu de l'oie 
Où je t'ose forcer mon fugitif amant. 
 
Malgré les soldats noirs qui baisseront leurs lances 
Tu ne peux fuir du lit où le masque de fer 
T'immobilise raide et soudain tu t'élances 
Retombes sans bouger et reviens en enfer. 
 

No mesmo sítio existe uma tradução em ingês feita pelo senhor Mark Spitzer


       IX 

  
THE CHILD I was seeking
scattered among so many kids 
is dead in his bed, alone 
like a royal prince. 
Hesitating on his toe
a grace shoes him 
and covers his body 
with a royal flag. 
  
In the sweetness of a rose-holding gesture 
I recognize the hand plundering the dead! 
A soldier would never do 
the deeds only you do
and you descend among them 
with neither dread 
nor remorse. 

Like your body
a black undershirt gloved your soul 
and when you profaned against the designated tomb 
you carved with the point of a blade 
the figure of a rebus 
aligned by lightning. 
  
We have seen you rise, carried by madness 
hanging by your hair
to the crowns of iron 
in pearly lace and roses soiled 
arms twisted from being seized alive. 
  
Barely returned to bring us your smile 
you disappeared so quickly I believed 
that without telling us, your sleeping grace 
wandered other skies for another face. 
  
On a passing child I glimpse
flashes of your well-built frame 
I wish to speak to you through him 
but a subtle gesture from him 
makes you fade from him 
and plunges you into my verse 
where you cannot escape. 

Which angel then permitted you to pass 
unflinchingly through matter 
cleaving the air with your hand 
like the delicate whirl at the tip of a missile 
tracing and destroying its own precious path? 
  
We were desolated by your narrow escape. 
A brilliant tailspin placed you in our arms. 
You pecked our necks and wished to please us 
and your hand was forgiving 
to all these shorn hairs. 
  
But you no longer appear, blond kid whom I seek. 
I tumble in a word and see you in reverse. 
You move away from me, I am saved by verse. 
Through a bramble of cries I lead myself astray. 
  
To seize you the Sky set subtle traps 
ferocious and new, in league with Death 
watching from the top of an invisible throne 
the cords and knots on bobbins of gold. 
  
The Sky even used the passage of bees 
unwinding so many rays and so much thread(1
that he finally made captive this rosy marvel: 
a child's face offering itself in profile. 
  
If this game is cruel I wouldn't dare complain 
in bursting your beautiful eye
a song of despair went mad to see you 
embraced by so much horror 
and this song, for a thousand years 
made your coffin tremble. 
  
Caught in the snares of gods, strangled by their silk 
you are dead without even knowing why or how. 
You triumph over me 
but lose at the game of the goose
where I dare to rape you
my fugitive lover. 
  
In spite of black soldiers who will lower their lances 
you cannot flee from the bed where an iron mask 
pins you rigid -- but suddenly you spring forth 
fall back without moving
and return to hell.

 

publicado por Ligeia Noire às 12:49
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18
Nov 12

 

Rickets

 

It's so simple to look at every little thing I do wrong.
It's so simple to overlook every little thing I do right, right?

I think too much.
I feed too much.
I'm gone too much.
I skate too much.

I snore too much.
I'm blowing too much.
I ate too much.
I'm way too much too stuck up.

You're probably right...
... this time, but I don't want to listen.
You're probably right...
... this time, but I don't even care.

I dream too much.
I think too much.
I step too much.
Those things too much.
I am too much.
I'm pissed too much.
I need too much.
I'm not one to trust.

You're probably right...
... this time, but I don't want to listen.
You're probably right...
... this time, but I don't even care.
And if it was mine to say...
... I wouldn't say it.
And if it was mine to say...
... I wouldn't speak.

I'm blowin' too much.
I think too much.
I eat too much.
My face too much.

I feed too much.
I piss too much.
I sleep too much.
I snap too often.

You're probably right...
... this time, but I don't want to listen.
You're probably right...
... this time, but I don't even care.

And if it was mine to say...
... I wouldn't say it.
And if it was mine to say...
... I wouldn't speak.

 

Lyrics by Deftones/Letra dos Deftones

 

Post Scriptum: começa aqui com a lembrança poderosa da rapariga que sou na camisola de mangas compridas

que se alastraram.

Mangas que ia puxando até aos pulsos mais e mais e que depois cobriam o tamanho dos dedos de unhas.

Tinha vintes e não sei, e a camisola negra com que eu cobria a carne, fazia-me sentir subversões de afundar os olhos ou só a usava quando os olhos se afundavam…

Vesti uma da família dessas hoje e depois falarei do resto, da voz da canção, do que aí chegou, do que me trouxe e do que me fez recordar.

Tudo isto embrulhado em papel de Natal que vem aos bocadinhos.

Está tudo ali em cima, não é?

É.

Todas essas coisas de -demasiado rapariga de camisola até ao fim dos braços- presa na ponta dos dedos.

De rapariga funda que vai ao fundo, ou o fundo despe-a demasiado para que seja destrinçada e tragada em

porções apropriadas?

 

publicado por Ligeia Noire às 03:11
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30
Jul 12


Put your arms around my neck

just like a pathetic lace of death
displays like a tarot deck
I am the card of the hanged man

and here I stand
with a flame on my hand
do you understand?

If there is hope for me
she is flirting with the breeze
on a peculiar choreography
with the dead arms of some old southern tree

silently, lips sealed against me
silently, want to walk with me?

And it makes you want to know
if in all the stories the
truth is really told

And it makes you want to reborn
and like a snake crawl every warm season
Into a different form

When you can still kill me,
when you can still cure me: cure me.

 


Put your lace around my face
just like a fairytale
through the blank of my closed eyes
you can foresee the rope within

And it makes you want to know
how deep have you truly flown

And it makes you want to ride
through the fake suicide of someone
already dead inside

Still you walk with me, silently

and it makes you want to disclaim
something you had really never learnt

and it makes you want to stay
forever tangled in the pale
arms of some hanged man

Here I stand.

 

To understand.
Violently.

 

I have you with me.

 

Letra de Moonspell/Lyrics by Moonspell


publicado por Ligeia Noire às 12:01
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06
Ago 11


As palavras têm vida própria, associam-se como a roupa.

São exteriorização.

Há sempre coisas que não se podem dizer, a menos que as vistamos primeiro.

Estou a dançar no fio da navalha, como diria o outro, não sei se goste, se odeie.

Estados antagónicos?

Afinal apercebo-me de que a fronteira entre as coisas não existe, é tudo dúbio, tudo se mescla.

É tudo um cocktail de coisas vivas.

As fronteiras não são naturais, o bem e o mal não existem.

Existem os nossos olhos.

Apenas e só.

Férias, Agosto, o meu mês, vêm todos e o tempo foge.

E depois tenho medo de voltar e espero sempre que o relógio de Deus encrave.

Os meses anteriores foram espinhosos e ainda hoje me pergunto o que aconteceu e como consegui encontrar a corda para subir.

Pensei que o melhor seria esconder-me debaixo de uma pedra mas não encontrei uma que abarcasse o tamanho do meu nada.

Visitas inesperadas que me interrompem a escrita.

Volto, ligo o aparelho e deixo a música correr:

  

I'm a little curious of you in crowded scenes

And how serene your friends and fiends

We flew and strolled as two eliminated gently

Why don't you close your eyes and reinvent me

 

You know you've got that heart made of stone

You should have let me know

You could have let me know

 

We'll go 'till morning comes

And traffic grows

And windows hum


Spending all week with your friends

Give me evenings and weekends

Evenings and weekends

 

I could be yours

We can unwind


All these have flaws

All these have flaws

 

You'd agree it's a typical high

You fly as you watch your name go by

And once the name goes by

Not thicker than water nor thicker than mud

And the eight k thuds it does


Sunset so thickly

Let's make it quiet and quickly

Don't frown

It tastes better on the way back down


I could be yours

We can unwind

 

All these have flaws

All these have flaws

All these have flaws


Will lead to mine


Mezzanine by Massive Attack/Mezzanine da autoria dos Massive Attack      

 

All these have flaws é isso, é.

Consegui apanhar o pensamento outra vez.

Tudo isto tem lacunas, rasgos, crateras.

Tudo é imperfeito e tudo se clareia na decadência.

Continuo a dançar intensamente no fio da navalha de outrem.

Rodopio e rodopio e vejo-o lá ao fundo.

É preclaro e meu, sorri e é noite velha como sempre.

Percorro o gume com os meus sapatos negros, volto-me outra vez e lá está a flor-selvagem Supremo, ele está ali.

… está mais perto, insinua que continue a voltear enquanto colhe flores.

Reparo que faz dia.

Quedo-me no cabo e choro porque sei que os seus dias não são as minhas noites e as suas noites não são os meus dias.

As lágrimas fazem com que a navalha se torne lúbrica e é agora número arrojado continuar a voltear.

Viro as costas à plateia e danço embriagada no meu círculo sem retorno.

A lâmina secou e conheço, agora, o gume como a mim mesma.

Colho o meu vestido e sento-me.

Um visitante chega, este é praia que abandonei sem provar o mar que a estende.

Olha-me e tenta culpar-me dos seus olhos pesados e semblante soturno.

Voltou, e a senda é a mesma: resgatar a Rapunzel.

Brinco e aceno-lhe com a minha distância, ele oferece-me a sua constância, lealdade e devoção abrindo o corpo como uma sacada ao sol.

Acha que sou eu e apenas eu a…

a que… percebes Supremo?

Mas eu falo palavras e abro olhares que ele não compreende nem nunca compreendeu e calço os sapatos negros para prosseguir a minha dança no fio da navalha afiada do Universo.

Espero que ele se afaste.

Sinto-lhe apenas carinho.

Espero que me perdoe.

É novo e era ainda mais novo, pensei que passasse, espero que ainda passe.

Rodopio e reparo que a flor-selvagem continua a colher... ele colhe as tuas flores Supremo.

Enquanto eu danço, ele colhe flores o dia inteiro.

Em mim faz noite.

Estou a dançar no fio da navalha, como diria o outro, não sei se goste, se odeie.

  

publicado por Ligeia Noire às 02:46

28
Fev 11

I'm a little teapot,

Short and stout,

Here is my handle,

Here is my spout

When I get all steamed up,

Hear me shout,

Just tip me over and pour me out!

I'm a very special teapot,

Yes, it's true,

Here's an example of what I can do,

I can turn my handle into a spoutTip me over and pour me out!


Nursery rhyme by George Sanders e Clarence Kelley


publicado por Ligeia Noire às 22:52
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