“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

10
Abr 13


What we’re dealing with here is a total lack of respect for the law 
I’m the law and you can’t beat the law 
I’m the law and you can’t beat the law 
I’m the law and you can’t beat the law 
Fuck ’em and their law 

Crack down at sundown 
Fuck ’em and their law


The Prodigy

publicado por Ligeia Noire às 13:54
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17
Dez 12


É engraçado como tudo o que me segurava apodreceu, é triste e tudo o que vejo é feito disto, é lúgubre e é sempre.

Se calhar há uns anos não imaginaria vir um dia a dizer isto mas preferia ser órfã de tudo.

Gostava de ser sozinha, já que não posso deixar de existir gostava de ser sozinha e mais não há que possa ser dito.


 

Aniversário

No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus! O que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa, 
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

 

Por Fernando Pessoa vestido de Álvaro de Campos



Balelas Fernando, tudo balelas é tudo melhor sozinho, é tudo bom quando podemos apenas ir embora sem levar ninguém, sem deixar ninguém, comer e poisar noutra flor e ir e ir e ir… não posso falar com os que conheço porque não me conhecem, não posso falar com os que me conhecem porque não existem, ando nisto há muitas luas.

Nada faz sentido, estou cansada de todos e cansada de todos estou.

Não posso falar, não quero falar mas aqui pensei que amainasse e não amaina.

No dia em que festejavam os meus anos era uma boa merda, mais valia que não o fizessem, que ninguém existisse, tenho dentro de mim uma mãe das abominações que quer evadir-se para a Carélia e existir só à noite ofertando o corpo, estou farta de escritores e imagens e pessoas e dias e nove às cinco e relacionamentos de todas as espécies e amigos e inimigos e intelectuais e burros e mulheres e homens, e agrados e discussões e mundos e além-mundos, do poema do Pessoa, que não é poema, que nem sequer gosto, que nem sequer reflecte o que sinto mas que entoa uma certa ânsia de que o passado é sempre este deus menino, pequenino e bonito, eu não tenho saudades do passado que foi uma merda, do presente que é uma merda e do futuro que será uma merda e menos merda seria se não fosse e se nem acontecesse a cada dia.

E há a cabeça na travesseira todas as noites e há olhos que se aferrolham mas que se abrem sempre e tudo é uma porcaria e tudo me mete nojo e tudo é feio e tudo é sem sentido… menos a música, menos a música, todo o resto pode ir em correnteza de rio para o caralho.


Jag finner inga svar
- Finns det några svar?
Jag finner inga svar
- Finns det några svar?
Jag finner inga svar
- Det finns inga svar!

 

Lyrics by Lifelover/Letra de Lifelover



publicado por Ligeia Noire às 14:56

10
Jun 12


She ain't no princess, ain't no angel, ain't no little fairy

She believed she was special, sweet little Mary

She feels betrayed, she feels deceived, oh sweet little Mary

 

Às vezes, acho que vou conseguir chorar e fico de olhos escancarados a noite toda.

Descobri que, bem de manhã, também se revela uma boa hora para escrever, na verdade, é como se ainda

fosse o dia anterior.

Ainda cheiro a noite.

Estou rodeada de mentirosos, enganadores, se pudesse voltar na primeira bifurcação do carreiro não teria

escolhido o bolo de chocolate, as cerejas eram tão vermelhas…

O sangue é vida.

Ah!

Sempre a querer ser a menina bem penteada, a que dobra os lenços em três partes, a que 0,7… bem, paremos.

Há algo de doentio nisto, há algo de profundamente degenerado nesta vontade doce.

Tão ridículo quanto andar vestida de linho virginal pelo meio de corpos pejados de pústulas e brotando pús.

Estou rodeada de pessoas que me rogam pragas nas costas, pessoas que me execram, me maldizem, me mentem de si e para si mas que continuam a abrir a boca cálida de ludíbrios, em sorrisos.

Sinto-lhes a descrença, cheiro-lhes a vergasta a desferir bastonadas nas minhas costas que se desfazem em

azeitonas de azeviche:

o meu desprimor para com a sua gentileza.

Há os que vejo e os que se ocultam.

E ambos repugno.

Ambos se questionam por que ainda sorrio, ambos gostavam de ter tido metade da vontade do meu silêncio,

metade do escarlate que amo, ambos param para pensar e gostavam de ter estado calados.

Só quem vencedor já se julga, ao subir a escadaria, jamais lhe encontra o último degrau.

Se vos achais vencedores, perfeitos por graça e natureza, para quê a escada?

Não subais, o Inferno é para baixo.

Sois tão feios.

Continuo aqui, se doente me reconheço neste receptáculo, por certo, não foi a vosso ditame.

Foi tarde que cheguei no ontem que já era hoje, foi no ontem que frente a uma qualquer capela a roupa negra

e o cabelo caído colhiam chuva de nevoeiro acelerado.

Se pudesse não prosseguir aquele carreiro, se pudesse não ter dito, não ter trazido baldes de lodo comigo.

No passado fazia sentido, agora, não sei porque o continuo a fazer, agora, hoje, nesta manhã, sei que é

apenas por pura mecanização, já não há qualquer desejo, é apenas por não conseguir vislumbrar qualquer

vulto lá ao fundo.

Aliás, há alguma coisa, há desprezo e letargia, é por isso que sinto raiva de mim, outrora quando era o

mistério e a paixão que me moviam, toda eu me aurorava nenúfar de flor branca no lago, bicho-da-seda em

noite de Agosto.

As pessoas de braços e pernas que couberam nestas pobres linhas…

A Maria quer sentir-se melhor, deixem-na rabiscar, deixem-na abrir a blusa.

Já agora, elas e um ou dois eles, não percebiam porque se tinha a rapariga-que-tem-nome prendido, porque

tinha ela aquelas mãos duras e agrestes ao redor de tão fina cintura mas eu percebi-a bem, tão inteligente

foste rapariga-que-tem-nome, eu deveria ter feito o mesmo.

Sempre me disseste que preferias ser amada, a amar, a segurança e os alicerces são sim, o mais importante.

Tenho-te saudades e cada vez te contemplo mais a formosura.

Ainda não é hoje que falo do medo, ainda não consigo falar da tesoura que vai cortar o laço, ainda não quero

falar da asfixia que o saco de negro industrial vai provocar.

Ainda tenho tanto sono.

Esta semana sonhei com coisas muito feias, já não me recordo bem mas havia uma grande extensão de água,

como um mar particular no cimo de uma fábrica abandonada, cheio de coisas podres e infectas que, de quando

em vez, emergiam.

Acho que no dia anterior voltei a sonhar com aquele edifício grande de escadas íngremes, tem espelhos e tem

pessoas e eu tenho medo de cair, em todos os meus sonhos eu tenho muito medo, já não pairo há muito

tempo.

Estou rodeada de pessoas que mentem e eu sei.

Já descobriram a partícula de Deus?

publicado por Ligeia Noire às 12:49

05
Mai 12

 

I  

As coisas não têm estado fáceis, acho que se coadunam com o tempo.

No entanto, devo confessar que gosto deste Maio agreste.

Há bocado, preferi nem abrir o guarda-chuva e comecei a rir, já devo ter chegado à casa da insanidade.

Gosto mesmo muito quando está de noite e a chuva bate na janela e o vento sopra e sei que lá fora está muito escuro e que há reis e rainhas, cavalos, esquilos, gatos a espreitarem em cada esquina.

Ok, chega de tolices…   

II

 

Já muitas vezes o disse e se não fui explícita o suficiente, sê-lo-ei agora.

No outro dia, foi-me perguntado o que não gosto nas pessoas e o que não gosto nas pessoas é a pancada de bolacha-extra, detesto manias de essencialismo, detesto poleiros, aliás, sou incapaz de estar sentada numa esplanada, o que já de si é raro, se estiverem trolhas, carpinteiros ou demais obreiros nos seus postos, deve ser por toda a minha parte familiar masculina trabalhar nas obras ou, então, é porque não tenho qualidades de bolacha.

Bem, resumindo não tolero isso em ninguém, seja até em artistas que aprecie bastante, esses, que já em si mesmos vivem metidos.

Meus caros, achem-se superiores mas coloquem o manto e o ceptro longe, longe violeta.

Escumalha.

Odeio conspurcar com cisco alheio o meu caderno mas, às vezes, é necessário.

  

III


Descobri que tenho de me manter forte e amuralhada porque, às vezes, faço a diferença para os alguns que interessam, hoje fui a portadora de luz e fui feliz.

O que não torna as coisas mais simples, bem pelo contrário, as minhas costas dobram-se ainda mais mas se apenas as curvar no escuro do quarto, está tudo bem.

E tudo me corre como água de correr e não sei mais porque se mexem as minhas mãos, onde estou e porque estou, vou sem ir, vou sempre sem ir.

Nada me interessa?

 IV

 

E, por último, sim já sabia que ias dizer isso, agora já está.

É por seres feito de quitina, índole discreta, nocturna e fodida, é não é?

Mas escusas de descer a culpa porque quem começou foi ele, eu apenas lhe pedi que parasse.

Tenho todo o direito de me sentir estupefacta, então ele falou como se me tivesse visto ontem, como se a ponte nunca tivesse descido!

Foda-se e quando voltei a falar com ele, quando sabia que o ia fazer, foi quase como se me estivesse a ver de cima, assim à maneira da Camilla Gibb, como se me presenciasse a saltar a margem e a não fazer nada para o impedir.

Não sei se sou fraca, se abri precedentes, não posso dizer que não quero saber porque quero mas senti-me tabuleiro aberto em dia do Sétimo Selo.

V

 

E depois isto junta-se àquilo e fico assim, a dizer bons-dias quando o sol vai alto, acamado nalguma nuvem por onde perdi o sentido todo.

publicado por Ligeia Noire às 01:27

22
Nov 11

 

I

 

Gosto de me sentar ao sol quando tenho o sangue frio.

Gosto de senti-lo a acarinhar-me os olhos e a encher-me os dedos, afinal também sou filha Dele.

Não é da minha boca que estão a prosperar mentiras como ervas daninhas, é das vossas.

Todo o mistério de que me julgam refém, é do meu silêncio procedente. 

Sempre achei que os outros se aborreciam com frases mortas.

E estou ali, à frente deles e eles enrolam bolinhas de lã na língua e adubam e adubam falácias e falsas preocupações.

Dizem-me arredada dos outros, eu prefiro descrever-me como a assistência.

Fora do meu habitat, mexer-me é um perigo!

São quantidades industriais de pessoas, de sachola às costas, a cavar buracos, infelizmente, não para si.

  

II

 

Não sou vegetariana, vou comendo o que há.

Hoje, numa aulinha foi dito que o facto de os asiáticos paparem canídeos era repugnante, e eu, melosa de tão acriançada, perguntei:

"Não percebo, qual é a diferença entre um cão e uma vaca?" 

E foi-me respondido que o primeiro bicho mora connosco e há uma afinidade lógica que advém da convivência.

Repliquei então:

"pois, é que os meus papás tinham vacas e eu gostava muito delas."

Ora bem, também nunca entendi os citadinos que se julgam acima dos hominívoros porque defendem os

direitos dos bichos mas nunca os levaram a rapar erva... é assim como aqueles comunistas fofinhos que nunca

trabalharam numa fábrica…

Não preciso de advogar os direitos de ninguém, é a lei do mais forte, e como fatalista que sou, estaria a

mentir se dissesse que gostaria de ser vegetariana.

Gosto de carne mas não gosto do sofrimento pelo qual os bichos têm de passar para encherem o nosso prato,

e logo eu, que sou adepta de carnes frias, enchidos e por aí fora.

E, realmente, agora que penso nisso, a harmonia e a paz mundial são mesmo palavritas engraçadas, digo, ridículas!

Se encaixamos uma vaca numa jaula, em que nem um bezerro engrunhado caberia e depois a esventrámos e arrastámos do próprio sangue para... eh pá soa-me que querer tal coisa é um pouco contraditório.

Bem, não continuei o diálogo porque a pessoa em questão não me acha fofinha e eu, um doce de menina, prefiro guardar-me de altercações.

Aqui, é considerado moralmente incorrecto um cão ser papado, uma vez que é um bicho que se tem por casa e também o melhor amigo do Homem.

Ora bem, vaquita, estás fodida, ou começas a copiar a tua conterrânea do anúncio, ou vais continuar sendo

trinchada em mesas alheias.

Lá estamos nós com as pirâmides, já o outro achava que os judeus estavam no degrau abaixo, e a humanidade inteira, há uns séculos, achava o mesmo dos pretos e das mulheres, e etc. e tal.

Não gosto de grupos, não gosto de seguir, não gosto de filas, não gosto do "ser-se ()", daí não usar camisolas com logos de bandas, limita-me.

Ser-se feminista, vegetariano, ateu, cristão, comunista.

Esta mania das gavetas que só dá jeito com os CD e todos os objectos quejandos.

Como se a seres isto, tivesses um degrau só para ti, como se fizesses sentido, como se fizesses a diferença, quando esta não pode ser feita, uma vez que, somos todos a mesma escumalha.

Morremos todos sozinhos.

Morremos todos e sozinhos.

 

III

 

As vossas boquinhas são úteros cálidos de mentiras.

E falam-me assim, naquela tonalidade amenizada e eu de domino assente rio-me toda.

Às vezes magoa, como no teu caso flor-selvagem, porque ontem quando o fiz…. É que… de repente acordei e os meus pés estavam a calcar o azulejo gelado de um curral e um homem grande empunhava um ferro em brasa e cinzelou-me a testa.

Néscia, pobre néscia sou.

De resto, todo o resto que vou conhecendo por esses prados verdejantes e luzidios vai atestando a minha natureza de arredia.

Seu bando de mentirosos!

Sua corja de coisas pequenas e rompidas.

Têm-me por desprezível e violenta mas, pelo menos, na minha boca não se trocam as águas.

Bem, não foi por falta de aviso, a senhora de negro um dia disse que tínhamos de seguir o instinto dos gatos e não esperar nada de ninguém.

Por falar em gatos, o meu cão velho, o meu Roberto, foi embora para sempre e nem tive tempo de me despedir...

Como disse à manhosa da minha avó no Sábado, prefiro mil vezes animais, mil vezes animais, eles são o que são, não perdem tempo com coisas inúteis.

Não acham que dá muito trabalho?

É claro que não granjeamos muitos afectos mas também nunca gostei de amanteigados.


publicado por Ligeia Noire às 20:50
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01
Jul 11


Ya, ya, ya, eu sei que já são vários anos mas há cenas que continuam a irritar p’ra caralho!

Detesto, mas detesto com todos os cabelos da minha juba, superfícies comerciais com muita luz.

Ele é paredes brancas, luzes claras e, ir às compras, de manhã, ressacada, de óculos escuros ainda torna a cena pior.

Mas, às vezes, a minha preguiça leva a melhor e lá me obriga a esta bela hora do dia, o que aconteceu ontem ou anteontem.

Os auscultadores ajudam bastante, diga-se de passagem.

Bem, mas ia eu dizendo que evito sítios assim e acontece que, há um local a que costumo ir, e que preenche todos os requisitos acima mencionados.

É que dá mesmo vontade de colocar as unhas no balcão e dizer assim com aquele teor vocal à Otep:

-desculpa lá, ó rameira, se te toldei o dia e se tens nojo de me olhar continuadamente por cinco segundos mas as doenças graves não se transmitem pelas órbitas.

É o paradoxo com pernas porque quando cheguei cá fora encontrei um junkie a pedir-me trocos, olha, olha, o roto pró nu, mostrei-lhe o forro dos bolsos e sorri.

Sim: eu+manhã+sol=sorri

Mas tenho de confessar que foi o indigente mais… como dizer…. interessante que alguma vez me interpelou.

Ya e estou consciente de que não contribuo muito para a minha invisibilidade mas em primeiro lugar, quero que se foda.

Em segundo, não estou aqui para agradar a ninguém (é um cliché por algum motivo), não tenho dezoito anos mas o bicho persiste e enquanto persistir… já sabes meu amor.

E, por último, chego à conclusão de que devo ter uma expressão facial de bicho em estado lastimoso porque nem que vá de fato-de-treino... bem, se calhar também pode ser a minha paranóia a borbulhar.

Portanto, eu não vou amenizar quem sou, há que ter tomates para se afirmar aquilo que se é e não é só em contextos amigáveis, é em todos, sabes porquê?

Porque tu não arrancas um braço só porque vais ao sítio X ou porque vai estar lá Y.

Fui muito óbvia?

É que. às vezes, tenho a leve impressão, pelo que vejo, leio, e ouço de que há que enformar o corpo dependendo da ocasião mas acontece que eu não tenho esse tipo de maquinaria, sou pobre e este é o meu momento de adolescente revoltada parte 12345.

É a minha abébia de hoje, faz de conta que tenho 18 anos, apeteceu-me.

E como diz o outro


I won't look prettier if I smile for the picture

Motherfuckers never liked me then and they

Sure won't like me now

Don't try to drag me down with your cliché

Your fake grin fits your faker face

But I find pleasure in your misery

Yeah!


publicado por Ligeia Noire às 01:16

29
Jun 11


Dedicatória cravejada de rubis:


Claro que vais dizer se quero provar.

Claro que vais tomar o lugar de relevo e, de máscara bem colocada, revelarás toda a tua abjecta piedade, como se Deus te tivesse deixado a chave.

Claro que queres as minhas veias para as encheres do teu estrume. 

E, vais olhar como as hienas para dentro dos meus olhos, com fome, muita fome, fome de que me vista de camurça e te atapete o chão.

Delicadas picadas ofertam estes reis sem trono pela calada da noite e, quando amanhece, visitam-nos de sorriso peçonhento e oferecem-nos toalhas de linho com mãos que não sabem sentir.

Pára, escuta e olha: eu não quero saber, eu quero que tu e tu e mais tu e todos esses teus tu semelhantes, que usam da mesquinhez para atingir o clímax, se

 f-o-d-a-m- 

Ou achas que eu saí ontem do meu ovo ou achas que quando sorrio não te vejo?

A porcaria, como diriam os Mão Morta, a porcaria que vejo caminha por todos os lados.

Portanto, feita a dedicatória vejam-se ao espelho sorriam e guardem as vossas maçãs de rubi na cesta porque as costas desta moça são feitas de olhos sem pálpebras.


God Given


Hey man

please don't make a sound

take a look around

can't you see what's right in front of you?


have a little taste

no more time to waste

you don't want to get left behind, because it's all coming down right now

 

now - how hard is it to see?

put your faith in me

I sure wouldn't want to be

praying to the wrong piece of wood

 

you should

get where you belong

everything you know is wrong

come on, sing along everybody now

 

(God given)

 

and He gives us sight

and we see the light

and it burns so bright
now we know we're right


when His kingdom come
and Thy will be done
we have just begun
we're the chosen ones

 

I would never tell you anything that wasn't absolutely true that hadn't come right from
His mouth and He wants me to tell you


Wait

step into the light

how can this be right?

I'm afraid we're going to ask you to leave


guess you can not win

with the color of your skin

you won't be getting in to the Promised Land


besides

this is just another case

you people still don't know your place

step aside, out the way, wipe that look off your face


we are the divine

separated from the swine

come on, sing along everybody now

 

(God given)


and He gives us sight

and we see the light

and it burns so bright
now we know we're right


when His kingdom come
and Thy will be done
we have just begun
we're the chosen ones


and He gives us sight

and we see the light
and it burns so bright
now we know we're right


when His kingdom come
and Thy will be done
and the Father and the Holy Son
we're the chosen ones

 

I would never tell you anything that wasn't absolutely true that hadn't come right from

His mouth and He wants me to tell you

   

Lyrics by Nine Inch Nails/Letra da autoria dos Nine Inch Nails

publicado por Ligeia Noire às 00:45
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12
Abr 11


Bolachinha extra-saborosa hum… ah!

Isto é uma competição?

Descobri hoje, melhor, acreditei hoje.

Mas não precisais tirar as luvas para mostrardes as cicatrizes de noites e noites de incomensurável sofrimento e percepções lúcidas.

Eu nunca (lede!), nunca vos olhei nos olhos.

Nunca vos quis, nunca vos ambicionei.

Sabeis qual é o meu desejo?

Que chova demasiado no vale do desterro para que possa rebolar-me na lama e, que correndo, me esvaia em coisas de bicho.

Para vosso conhecimento, eu gosto de sal, muito.

Gosto de guardar namesinha-de-cabeceira uns cristais para ir deglutindo, gosto de vinagre vermelho, muito.

O meu êxtase jaz na delícia de os misturar com tomates frescos.

Nunca vos quis a coroa que infantilmente segurais na cabeça, fingi que ouvis, é tudo vosso.

Vós nunca chegastes a perder, vós sois a bolachinha das bolachinhas.

Eu não rivalizo com ninguém, apenas ergo o braço e digo que estou com sono e que a abundância e a lisonja não me interessam e sim, nem mesmo o reconhecimento.

Sou mulher de alma negra, quero flores, copos de vinho, Fields of the Nephilim e paz.

Todavia, vós pertenceis aqui, enquanto eu pertenço numa campa florida.

(Ah! Isto está a dar-me gozo!)

Cuidado! Não vos aproximeis.

Sou restos, sou suja, retalhada.

Se olhardes de perto a minha nuca, não vereis código de barras e do meu coração não saem coisas formosas.

Não sei ler nem escrever.

Não quero as vossas frases eloquentes, nem os vossos detalhes, nunca me apeteceu foder-vos.

E se vos pareço um pouco irritada, não sorrides, é apenas uma leve comichão nos meus pés de campónia analfabeta.

E se decidi escrever-vos, esse pobre facto advém da guerra declarada por entre curtos cruzamentos de espaço, as mulheres são exímias em guerras não declaradas.

Mas bolachinha, apenas vos escrevo para dizer que a vossa guerra é masturbação e não sexo, sabeis porquê?

Porque é vossa mercê que está assanhada.

E, portanto, como é referido na citação com que intitulei este devaneio, eu não quero ser salva, eu não me esforço por me agarrar à varanda, sou preguiçosa, a minha alcunha diz-me toda desde os dezassete anos.

Vós, bolachinha, fazeis demasiado, tentais demasiado, é como se estivésseis eternamente numa fotografia.

Aqui a indigente, é assim e o Inferno, só lhe exige a vida.

publicado por Ligeia Noire às 21:06

27
Mai 10


A minha capacidade de descer é incrível!

Mas assim sei que a verdade não se esconderá.

O problema é que a verdade é uma merda.

O problema é que eu já a sabia mas pensava que podia ser uma verdade diferente quando a descobrisse.

Hoje decidi arruinar o resto aos bocadinhos.

Até aquilo que pensei jamais transpor.

Ilusões não as tinha e bocados podres só fazem mal.

Seria impecável como coveira, os mortos jamais conseguiriam ressuscitar no dia do juízo final por cova tão bem feita e profunda.

publicado por Ligeia Noire às 22:03
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19
Set 08


Vendam-se longe de mim!

Sinto nojo de tudo isto.

Sinto a cabeça a explodir.

Tudo à minha volta a impingir-me larvas, lixo, desespero.

Responsabilidades alheias a atormentarem-me a toda a hora com a realização e felicidade de filhos da puta que nem sequer conheço!

Sabem que mais?

Matem-se e vendam-se bem longe de mim... Deixem-me na minha mediocridade.

Deixem-me inerte e estanque a um canto... Quando morrer dar-vos-ei aviso.

Para que me possam, finalmente, desvendar e conspurcar à vossa mercê.

Facilmente se vai com a corrente mas, se olharem bem de perto, eu vou com a corrente para morrer mais cedo.

Já que ir contra ela é prolongar o que de vendável não há em mim...

Não consigo ver tudo isto sem fechar a percepção.

É demasiado.

É simplesmente demasiado...

Também estou cá dentro.

Também preciso sobreviver.

Foda-se!

Estou a dançar com um corpo de vidro no fio demasiado afiado da navalha do universo.

publicado por Ligeia Noire às 15:23

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