“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

01
Mar 15

 

Já há algum tempo que ouvia falar do senhor Devin Townsend: capa da loud, fóruns de metal, colaborações com artistas de que gosto mas só há uns dias tive o prazer de lhe ouvir a música e que música...

Agora percebo todo o hype à volta dele. Comecei com o Epicloud porque a minha Dido holandesa colabora com ele e devo dizer que não consigo parar de ouvir. Encontrei pelo youtube o dvd do The Retinal Circus baseado nesse mesmo Epicloud e só aquela abertura com coros gospel me colou ao tecto, devo dizer que ali aparece um pouco de tudo... O mais incrível é que este homem criativo, com centelha de genialidade, hiperactivo, que toca tudo e canta até, tem uma coisa muito especial que às vezes falta a estes artistas progressivos e grandiosos, sabe compor canções que sãos rios, estás a ver? Ele compõe oceanos e mares mas também sabe abrir caminhos para rios e lagos, exemplo da divine, mas que tema tão íntimo, tão bonito e tão delicado.

Gosto disso, dessa escala de tamanhos a que ele sabe obedecer mas, meu Deus! Senhor Supremo! Este homem tem uma carreira de décadas, projectos, bandas, solos, colaborações, tenho um mundo para descobrir... no entanto, há espaço para te contar isto.

Tenho muitas coisas na minha cabeça, muitas coisas que só se aquietam com música e, ultimamente, andava ouvindo álbuns antigos dos Nightwish porque ah e tal tenho saudades dessa voz meio-soprano da Tarja e dessa honestidade que falta agora ao Tuomas mas eis que tive de sair para ir aos correios e coloquei um álbum que adquiri há uns dias, o já citado Epicloud. Os dias têm sido de chuva mas ontem o sol raiou, uma semana de chuva que foi entrecortada pelo dia amistoso de ontem. Lá ia eu estrada fora com os auscultadores, salvadores de vidas, nos ouvidos quando enceta o tema de abertura "Effervescent" com os tais coros gospel a abrirem caminho para a canção "True North" cantada pela maravilhosa Anneke Van Giersbergen, já aqui escrevi que ela é dona de uma das vozes mais ricas e cristalinas de sempre, uma meio-soprano de personalidade maravilhosa que agradeço aos céus ter conhecido, ela deixa a voz, como correnteza de rio em dia de Verão numa floresta escocesa, abrir caminho com o "I love you, I love you. I need you, I have always been around you..." e eu fico sem reacção por segundos...

E olho para o azul do céu e sorrio e depois sorrio de forma mais marcada e depois já rio e rio muito e rolam lágrimas volumosas pelas bochechas... os carros passam e o meu cabelo esvoaça e brilha ao sol que lhe seca a água de horas anteriores e eu paro e sinto a leveza das folhas e leve e tão leve e meu Deus tão apaixonada, tão protegida. Foi uma epifania ali.

Cedi às minhas emoções e toda a minha racionalidade foi abarcada e adormecida, aquele turbilhão de instrumentos misteriosamente harmonicos, a voz dela e as palavras tão simples, foda-se senti-me feliz.

 

Nada é perfeito, longe disso, continuo com problemas e mais problemas mas foda-se senti-me feliz ali e apartada do mundo. Obrigada Devin Townsend, se percebesses português haveria de querer que lesses isto, como não percebes também não to vou traduzir.

 

Divine


Loving you is the best thing and the worst thing in my life.
Loving you is entire.
And loving you is the one thing that I need right now...

Center the morning light where the world's so bright and high.
Where even the gods outside can wait a moment guy...

And loving you is entire.

Loving you is the best thing and the worst thing in my life.
Loving you is entire.
Loving you in the morning is a warning...

Say we will wallow away in a world so mild and high.
Stay till the morning and that world might just get by...

'Cause loving you is divine!

If only the morning would come and the world would be old and wise!
Love in the morning with this halo all one size.
'Cause even the gods outside can wait a moment guy...

Loving you is divine!

 

Lyrics by Devin Townsed

 

publicado por Ligeia Noire às 00:34
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04
Fev 15

 Desde que, há uns anos, cheguei ao episódio catorze da segunda temporada do Twin Peaks e aquilo empacou e não encontrei um que não empancasse, desisti de ver. Quando finalmente consegui um episódio incólume, já me tinha esquecido do que tinha visto antes e já estava fora daquela ambiência. O que significa que o Fire Walk With Me vai ter de esperar.

 Entretanto, voltei à trilogia japonesa do Guilty of Romance, um filme de três horas que ainda está à espera de ser acabado. Uma verdadeira subversão da moralidade religiosa e social. Depois, ando a ver um filme do senhor Chabrol, ando... ando porque é mais um que deixei a meio por falta de concentração.

Como descobri este gajo? Porque gostei, assaz muito, de uma entrevista que li num jornal português qualquer. Tanto gostei da atitude e maturidade dele que fui procurar por um filme para me iniciar mas não sei se o filme não me estará a dar um secão do caralho, e calma aí que sou grande admiradora do cinema francês mas, se calhar, é uma lição... lá porque ele é interessante não quer dizer que faça coisas que te agradem.

Ideias e feitos são coisas diferentes.

É como o Dani Filth, A Cristina Sccabia ou o gajo dos Watain, eloquentes, sarcásticos, cultos e inteligentes, que dá gosto ouvir mas que fazem música que não me agrada.

E lá deveria eu estar calada....

Acabei por finalmente me concentrar e voltar ao tal filme do Chabrol: La Demoiselle D’honneur e que tola fui, é preciso ter paciência e saber alcançar cada detalhe e que filmaço! Que golpe de mestre hã? Tenho de procurar mais, mais dele e mais do Rollin.

O Rollin da pornografia e dos vampiros que dava outra página por aqui mas que não sei por onde começar, só sei que quero visitar o cemitério do La rose de fer, que me emociona a forma como enquadra as mulheres, enquadra-as como retratos e veste-as como sílfides.

Entretanto, ouço Draconian.

Magnífica discografia de um dos últimos redutos do metal de inspirações góticas ou do Doom, consoante o preconceito do ouvinte.

O meu encontro com estes Suecos fez-se através da Loud, aquando da critica ao Turning Seasons Within, fiquei entusiasmada para o ouvir porque gosto de metal pesado, arrastado, viúvo, elegante de rendas funéreas e sentimentos funestos mas ou me aparecem bandas de letras insípidas e vozes sem chavo de personalidade ou então mais do mesmo. Lembro-me de não ter ficado com travo amargo depois de o ouvir mas também nunca mais lhe peguei.

Sucede que, no último ano, andei com ele sempre no leitor de discos e decidi-me a desbravar o resto da discografia. Entretanto a Lisa Johansson cansou-se de palcos e tournées e quis ter uma vida mais regular, acho que a nova vocalista é sul africana e se chama Heike e é mais ligada a estas coisas do som pesado e do oculto. O que não quer dizer que seja oiro sobre azul. Às vezes, as melhores combinações são as mais inusitadas, veja-se o caso da Lírica Tarja e dos Metaleiros Nightwish. Abrindo aqui uma nota para dizer que, como qualquer apreciador do género, estou ansiosa por este Endless Forms Most Beautiful, inspirado, não pelas melancolias da alma marina do Tuomas, mas por Carl Sagan, Whitman e o Dawkins.

Apesar de nunca ter apreciado muito a Floor Jansen, concordo que foi a melhor escolha. Mas voltando aos Draconian, são mais uma daquelas gotas no oceano de que já não se sente o gosto nos dias de hoje, ou então estão bem escondidas nessas Atlântidas, à espera de um virar de esquina sortudo.

 

Post Scriptum: Cruzei-me por aí com um vestido de renda negra, rodado e de colarinho branco também rendado e pensei: ora aqui está um belo vestido de noiva, espero que me chegue às mãos depressa para o tocar, para, em cima, lhe demorar o olhar e para o guardar até chegar a hora.

Reparo agora que não sei ainda como me referir ao escolhido, não há nome que lhe sirva... que chatice, apenas para dizer que encontrou uma nova banda e que gosta muito e eu gosto muito também, gosto que ele esteja feliz.

Gostava de ser rica para o tirar daquele emprego desértico de inspiração mas não sou... Continua nos caminhos do mago inglês e a praticar os rituais que o conselheiro lhe indica, para que suba a um lugar que eu não sei. Coisas misteriosas, este meu gato cor-de-laranja faz...

Ontem escreveu este poema e eu, hoje, escrevo-o aqui:

 

Whilst the black beast hangs
The dark stars moan.
And antimatter sheds its light
into the heart of darkness.
Why so glum, sir?
Eat the dense cake which sits
untouched
in your heart of hearts.
Grab the mass
Feel it throb through your heartbeat.
Who is moving?  You, it, us?
The Earth spins unbidden
Uncaring but,
Unnecessary to us is
The heaviness it conceals and feels
What really matters is
that we stay stuck
in the gravity trough.
Like the pigs we all are,
striving to be angels,
As our base
struggles desparately to separate
From our head.

 

By/de C.S.

publicado por Ligeia Noire às 10:22

03
Jan 15

Ante Scriptum: Um novo ano passado com dores de dentes na cama até de madrugada e a levantar cedo para trabalhar no dia primeiro, um começo muito gótico diria.

Mas como as coisas estão boas e calmas e eu estou madurinha e doce e risonha, celebremos o começo do novo ano com uma canção bem alegre e festiva. 

Ali junto junto dos velhos Anathema, Lacrimas Profundere, eternos My Dying Bride, os Suecos Draconian figuram no panteão de bandas que sabem enlaçar toda a tonalidade metaleira num universo profundamente gótico.

 

Death, Come Near Me

 

By day I sleep, at night I weep!

O Death, come near me!
Be the one, for me, be the one, the one, who stays.
My rivers, are frozen, and mischosen,
and the shadows, around me, sickens my heart.

O Death, come near me,
and stay, by my side. Hear my silent, my silent cry!
In sadness, I'm veiled, to the cross, I am nailed,
and the pain, around me, freezes my world.

My cold world...

In life, I've failed, for years, I've wailed.
Frozen in time...
left behind...
The rapture, of grief, is all, to find...
The rapture, of grief, is all!

Behind the shadow of life, the lost hopes are grieving.
I seek the night, and hope to find love.
So I drown in the silence of life's short eternity.
The tears fills the void in my heart, astray...

Embrace me now, delightful ease!
Give me a world of wondrous peace!

Calm the desperate scream in my heart!

O Death, come near me,
save me...
from this empty, cold, world!
O Life, you have killed me,
so spare me, from, this cauldron, of misery!

In life, I cry, away, I fly.
Chosen, to fall, within, these walls.
The rapture, of grief, is all, to find...
The rapture, of grief, is all!

Oh, shed a tear for the loss, of innocence,
for the forsaken spirits who aches... in us.
Cry for the heart who surrenders to pain,
for the solitude of those, left, behind!

Behold the pain and sorrow of the world,
dream of a place away from this nightmare.
Give us love and unity, under the heart of night.
O Death, come near us, and give us life!

 

Lyrics by Draconian/Letra da autoria dos Draconian 

publicado por Ligeia Noire às 15:45
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