“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

18
Jan 13


Don't want to take it slow
I want to take you home
And watch the world explode
From underneath your glow

I want to watch the way
You creep across my skull

You slowly enter
'Cause you know my room
And then you crawl your knees up
Before you shake my tomb

I want to watch you close
I need to see for sure
After the tape is through
Who do you think we can show?

I want to watch the way
You creep across my skull

You slowly enter
'Cause you know my room
And then you crawl your knees up
And then you shake my tomb

I want to watch the way
You creep across my skull

You slowly enter
'Cause you know my room
And then you crawl your knees up
Before you shake my tomb


You enter slowly
You know my room
You crawl your knees up
And then you shake my tomb


Lyrics by Deftones/Letra dos Deftones


publicado por Ligeia Noire às 16:09
etiquetas: ,

04
Jul 12


Ninguém tira o pecado do mundo.

Ontem, ao finalmente terminar de ler O Castelo de Otranto, senti-me como a Hipólita, uma idiota que se conforma com a idiotia que lhe puserem no prato porque gosta da onda de prazer que lhe advém da martirização.

-Minha cara, acho por bem fatiarmos-lhe os dois braços porque Looks like it's gonna be another one of those rainy days again...

E, sem gastar a balança ou lhe usar os pratos já sabe de antemão que o melhor é conformar-se.

Sem meter pés ao caminho, já lhe fareja a inutilidade.

Há um esconderijo muito escondido cá dentro e enquanto o mantiver jamais conseguirei sentir-me toda limpa.

Não estava à espera desta carta, palavras desenhadas como as desenharia o Cavaleiro-das-Terras-Brancas que o cavalheiro é.

Todavia, enquanto os meus olhos ainda ensonados iam descendo pelas linhas ornadas de traços fortes e precisos via-me virgem casta cada vez mais elevada, tão elevada me mantém, que acho nem ele mesmo me conseguir tocar.

Não gosto, eu não fico bem de branco, nem de diadema mas partilho-te das saudades, meu querido.

Ainda não consegui perceber qual de mim vê ele…

Tenho por certo, que nenhuma das quatro merece tamanhos e tão longos afectos.

Ah, é verdade, a flor-selvagem secou.

Sempre soube que o que lhe devotava era uma forçada vontade de me ver enamorada e, não fui assim tão desventurada, consegui uma paixão menina na sua orla mas bravia no miolo.

Tomei-lhe a boca e o corpo e as mãos nas pálpebras, desenhei mesuras e sofrimentos, enlacei-lhe fitas rosa nos pulsos.

Foram demasiados anos de inutilidades pequenas e beijos sôfregos.

Chorei-lhe algumas lágrimas, minto, muitas.

Era necessário que toda eu me acreditasse na devoção que pensei conseguir cultivar, para que ao estádio de fruto chegasse mas dou-me conta de que o caixão onde me acho continua com espaço apenas para mim e para o meu cabelo enlaçado.

Ainda há duas ou três contas de rosário negro de vidro para desfiar mas preciso voltar para dormir.

For in the back of my mind I always thought I'd find my way to paradise

publicado por Ligeia Noire às 12:38

22
Mai 12


Are you in

Or are you out?

Words are stones

In my mouth

Hush little baby

Don't you cry

Truth comes down

Strikes me in the eye

Turning seasons within

Brand new nails across my skin

Who am I to imply

that I was found and I found you in the white?

To overcome this I become one with

quiet colder late November

If you don't see I remain unseen

Untill it's time to be rememebered

So I had a green light

I was lost in city lights

Not so far from a try

This is not our last good bye

Don't you cry...

So I found you

found the way all through

the quiet cold of inner darkness

now that you're here

it becomes so clear

I have waited for you always

 

In the White dos Katatonia/In the White by Katatonia

publicado por Ligeia Noire às 22:26
etiquetas: ,

20
Mai 12


Já aqui falei de ti ainda que brevemnte e, hoje, queria poder criar uma redoma para que um pouco de ti se estabelecesse perto mas não consigo encontrar palavras que sirvam.

Estou apaixonada pelo miolo dos teus olhos, pelo tamanho dos teus cabelos, pela gracilidade das tuas mãos, pela boca menina e rosada que se orla e sacia de enoquiano, pelo teu corpo doseado em cada passo.

Assaz arrebatada pelo que este encerra, é isso, nunca me senti tão sequiosa.

Não quero que amanheça, não quero que amanhã seja Segunda-feira, quero que me dês das tuas sementes, para que as cubra de terra negra e fresca e se faça sempre Primavera no meu cemitério.

És tão belo.

Tão doce, tão teu, tanto de ti é noite estrelada à beira-rio, tão lírio branco, tão coisa de cima.

Estou enamorada pela forma como as tuas longas pestanas te guardam os olhos, pelo gosto e pela beleza que me trazes.

És o meu estro aqui e agora.

De que arbusto brotaste?

De que mar nocturno emergiste?

Ah Deus! Que inútil escrever sobre ti... estou tão apaixonada por raios e esgares e gestos e assomos de graça, sinto-me branda e abençoada.

Tão elevada, como se estivesse envolvida pelo cabelo do Salvador e, num manto sem cor descritível, me achasse nua e interrompida, longe, longe daqui, longe de tudo.

Fazes-me lembrar todas as pedras de quartzo que encontrei ao longo da vida e que quis roubar do sol ao guardá-las na gruta de onde bebo água.

Não te quero para mim, quero que continues a crescer e te estendas, ó minha aradeira bravia, por tudo o que eu conseguir alcançar.

Amo-te inteiro e mais um pouco.

És todas as coisas calmas e demoradas.

Tão imersa neste estado de arroubamento que ainda não te consigo… não, não consigo.

Não pertences aqui, deixa que o escreva, tu sim, tu, Ser que comunga da Mãe-Terra e que tem o avesso de reflexo lunar revestido, tu, não és, pois, daqui.


publicado por Ligeia Noire às 23:06

27
Abr 12


Gosto de ir à varanda durante a noite, é tudo tão... inofensivo.

Quando sinto aquele impulso para escrever, o meu estômago transforma-se num borralho e preciso encontrar um canto escuro e solitário para onde possa espalhar todas estas brasas.

Não estava apaixonada mas gostava muito dos passeios que dávamos pelas ruas.

Tudo era tão sem tempo, belo, silencioso, calmo, fantasmagórico: o poder da noite.

Eu, por certo, lhe parecia mais bonita, mais poetizada, ele parecia-me o mesmo, o Cavaleiro-das-Terras-Brancas.

Agora, que olho para a rua deserta e para as rosas em flor, lembro-me de como me dava saúde conversar com ele.

Naquelas noites, foram sempre noites, tudo se tornava mais nítido, o meu olho esquerdo não conspirava em teias-de-aranha contra mim, as pessoas que passavam eram fantasmas, as casas eram ruínas abandonadas e riamos muito, tanto que pareceríamos, por certo, bem-aventurados.

Nunca me foram ofertadas tantas rosas, acho que só me ofereceram rosas uma vez, não me lembro do nome do rapaz, sei que era francês e amanteigado e da rosa...

Ah!

Lembro-me bem, escarlate e deliciosa como cerejas.

À parte disso, quem me oferece flores, frequentemente, é a minha mãe, que em si é uma flor (se não fosse verdade, pareceria ridículo escrevê-lo), rosas, dálias, japoneiras, copinhos… enfim, leva-mas ao quarto quando riem ao sol, quando não quero comer de manhã ou quando estou atafulhada nos livros.

E ele… ele ofereceu-me várias.

Ele, que me conheceu num corredor longo e que, curiosamente, me voltou a encontrar numa sala branca.

Foi do vestido, disse ele e do cabelo concluiu.

Uma das coisas boas de se vestir o que se é, é não perdermos tempo precioso separando o trigo do joio.

Antes mesmo de o cavalheiro abrir a boca, já lhe sabia muitas coisas e ele de mim, por certo.

E eu, que até gosto de brincar, desta vez recuei passos largos, como um caranguejo vermelho.

Os cabelos longos de espigas e a claridade de cetim dos olhos foram costurando e costurando rendas que eu não queria, de forma nenhuma, estragar por vestir.

E a lua, que brilhou tantas vezes por entre todas aquelas árvores ou as cascas que esmigalhava debaixo dos meus sapatos e também o vento que me secava o cabelo, criavam cenários favoráveis a que as vestisse.

Não eram apenas as mãos alvas, as cúmplices das rosas que ele me escondia atrás das costas, eram também os lábios que declamavam poemas enquanto caminhávamos.

Falávamos muito, falávamos de muita coisa, de assuntos mundanos, da terra dele, da minha, de coisas belas e também da "dor de pensar", do sono para sempre e da inutilidade de existir.

Um dia, também lhe falei de ti, não lhe disse que eras tu, assim como se fosse -tu cá, tu lá- mas falei-lhe de ti e ele sorriu como se sorri das estórias de príncipes e princesas, acho que era tarde, claro que era tarde, e chovia chuva fria.

Pelo meio de todas aquelas frases minhas, que não posso escrever, sorrateiramente e, depois, majestosamente, um gato, de luxuriante pelagem negra, salta do muro e caminha pelo átrio à nossa frente, desce as escadas e desaparece pelo jardim.

Eu sorri de olhos e boca, como sorrimos das existências secretas, da flor roxa e bravia que cresce no monte, longe de tudo mas que não deixa de ser flor roxa que cresce no monte.

Meu bom amigo, meu querido, jamais me senti tão lisonjeada e assaz cortejada, temo que me tenhas vestido, tu mesmo, a renda que teceste.


publicado por Ligeia Noire às 00:35

10
Jan 10


Quando vinha colada à janela do autocarro, pensava se iria ficar presa na neve.

O vento estava agreste e os pedaços brancos voavam e voavam.

Estava com medo.

Medo puro e simples, nem sei bem de quê…

O que é belo é assustador.

Agora que cheguei ao reduto não sei por que razão desceu em mim tamanha tristeza que quase não cabe fechada.

Vejo-me fechada.

Fechada.

De tão fechada que me sinto, mais me fecho.

Um quarto branco, uma rapariga que não conheço, uma luz vazia, passos constantes no corredor…

Sinto outra vez aquela vontade tola de ir.

Ir.

publicado por Ligeia Noire às 20:27
etiquetas:

27
Ago 08


Vestida de branco, a virgem descia as escadas.

Os braços longos que seguravam o vestido.

As mãos finas e quebradiças.

A boca vermelha e pequena.

Os olhos grandes e indescritíveis.

Os cabelos longos e volumosos que contornavam o peito pequeno e apetecível.

Ela descia porque ele queria que ela descesse.

Ela descia coberta de inocência e desejo.

Perdendo-se a olhá-lo.

Ele era belo.

Ele era a beleza que a ultrapassava.

Ele era a complexidade que a anestesiava.

Que a deixava à sua mercê.

Desprotegida e embevecida.

Os cabelos dele eram ondulados de cor estranha, ornamentavam o rosto.

A pele era cândida, ligeiramente rosada como se a candura seduzisse a morte e esta se deixasse envergonhar.

Quando ele a fixava, ela perdia-se de palavras.

Esquecia-se de como falar.

Não sabia como controlar a respiração...

E ele divertia-se vendo-a a ultrapassar a fronteira.

 

publicado por Ligeia Noire às 14:14
etiquetas:

14
Jul 08

 

I


E, ela parou e com os olhos cobertos de neve perguntou:

«O que é mais nos dói?»

E ele respondeu:

«As recordações»

E a neve derreteu... 

 

 

II 

 

Ela continuava parada.

À espera.

Acho que todos estes dias ela esperou e esperou e nada do que quis chegou.

À noite, por entre paredes brancas que não são dela, o sono não chegava.

O sono não a abençoava com o silêncio, o descanso, a quebra de realidade.

As horas foram passando e, finalmente, os olhos fecharam e ela adormeceu.

A madrugada imperava e algo a interrompeu.

Abriu os olhos e viu.

E num relance decidiu que não valia a pena mostrar de novo a espera.

E desta vez o sono foi condescendente, e adormeceu-a até a manhã cair de sol...

 

 III


 A cabeça doía, o corpo não queria levantar.

O espírito encolhia mas tinha de ser.

Ela tinha de enfrentar a vida e vestir-se de robustez e fingimento.

Os dias têm-se sucedido depressa e, apesar disso ser bom,também é doloroso porque crescer dói... e o passado derrete a neve.

O passado é algo que só se pode recordar.

Só se pode chorar e chorar.

 

publicado por Ligeia Noire às 17:52
etiquetas: ,

14
Mar 08


Eu imagino-me por entre os teus braços.

Eu imagino-me a soluçar de prazer, de dor, de sortilégio.

Eu vejo os meus cabelos por entre os teus dedos.

Eu suo.

Estás.

És meu.

A tua língua perdida nas minhas unhas.

A força dos teus braços, o som da minha resistência ao embater na parede gélida.

A prisão deliberada.

A violência…

As minhas lágrimas caem-te nos olhos.

Os gritos inaudíveis de tão mudos.


E eu ali.

O meu uivo continuado e sôfrego.

A tua exalação no meu pescoço condenado.

Esqueço-me de como se fala.

Arroubada.

És absinto escarlate, sinto-te os dentes.

Doem-me as mãos mas não cesso porque já não sei processar a dor.

Beijas-me, tu beijas-me e deitas-te no meu peito desabrochado.

Não quero acordar, adormeceste a minha existência.

 

publicado por Ligeia Noire às 14:00
etiquetas: , ,

07
Fev 08


Não entendia como conseguia ver através dos teus olhos o que sentias.

Ver como se tivesses sido parte de mim, há eternidades…

mas eu via… e tu vias também…

Tu olhavas para dentro de mim e curavas as feridas, estancavas o sangue.

Entre nós não pertencia nada mais.

Tu lias-me e eu lia os teus olhos.

Éramos assim.

Tu olhavas para mim e eu via o mundo.

O outro mundo.

O nosso laço.


publicado por Ligeia Noire às 15:15

mais sobre mim
Agosto 2015
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
11
12
13
14
15

16
17
18
19
21
22

23
24
25
26
27
28
29

30
31


Fotos
pesquisar
 
arquivos
subscrever feeds