“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

22
Out 12

 

I

 

One, two, three do you love me?

Watch me scream, burning on the trees in amazement

 

Uma espécie de sarça ardente, gosto que não queimes as plantas, prezo tudo o que não fala.

Bem, não sei se estava lá, na verdade, nem sei o porquê da minha indolência… talvez me faltasse sal nas veias.

Mas aonde vais?

Espera, eu tenho tudo p'ra aqui escrito nalgum sítio, do resto falarei depois.

Se calhar estou zangada porque não consegui comparecer dentro de mim e olvidar as cercanias.

Ora bem, nem sempre pode a ovelhinha saltar lá para dentro.

Acho que foi o tudo que os meus olhos filmaram em: Slo-mo-tion até ali, que me barrou de saltar para terrenos pantanosos.

Talvez com umas gotas de zimbro conseguisse diluir o algodão que me prendia as pernas, lá está a Justine a

aflorar-me à cabeça, no seu vestido contraproducente de felicidade para sempre onde desmente e finge o que sente, assim penso ter-me sentido, com coisas na garganta que não me deixavam engolir e raízes nos pés, que pelas pernas se ramificando, não me deixavam caminhar.

 

II


Pareceria ridículo se dissesse quem é, na verdade, todas estas páginas estão pejadas de nomes, moradas, idades, traços faciais, linhas de coser…

Se ler cada uma delas, é como se me pegasse pela mão e me deixasse sentada no meio do exacto momento do que ali se fala.

Começou sem entendimento, tornou-se no cinzeiro que nunca é limpo.

Há três cancões dos Nadja:


You write your name in my skin

You write your name in my head

You write my name in your blood

 

É isto que faço aqui.

III

 

Sempre achei uma tolice a cena das musas, estás a ver assim tipo as Tágides, pois, afinal era eu a néscia, é

tão ou mais importante do que a dor, a tal esquisitice.

É o segredo bonito que pára de crescer se contado.

Hoje reparo, sem querer, que estou a cair aos bocados, que com a minha dignidade e orgulho cinzelarei a lápide que me cobrirá, se dinheiro houver para a atarracar em cima de mim, uma espécie de autopergamene.

E não me arrependo, embora devesse.

Hoje experimentei a dor que dói duas vezes, usei a domino... (ri comigo Supremo) experimentei, disse eu,

pois… não experimentei, eu, eu estava de pé, frente à causa e dentro de mim andava-me até à gaveta e

pegava nela, colocava-a nos olhos, para que não fosse muito eu que estivesse ali.

 

IV


Limpei a alma da culpa mastigada daquele Domingo, lembras-te?

Estou sempre a perguntar se te lembras…

Fui desabada pelas costas, cervejas verdes acumulavam-se na mesa de pedra escura da cozinha.

Mas eu estava, já, do outro lado, chão branco, gaveta última aberta, toda, quando a rapariga-que-tem-nome e a de cabelos de trigo abriram a porta.

Fui com a segunda para a taberna do senhor de barbas.

Nesse dia eu era como o buraco negro dos Bizarra.

Coisa sem jeito, roupa feita só do avesso.

Nunca meu amigo, nunca me havia sido inculcado tamanho golpe.

E por o apreço ser tanto e a fuga tão inelutável, ainda hoje trazia os espigões metidos até às partes moles da alma.

É tempo e faz-se urgente deixar crescer as unhas para os ir buscar lá dentro e desapegá-los da sua comensalidade, esmagando-os neste cinzeiro.

Afinal o meu amor sempre foi maior do que o lado de lá dos olhos.

Afinal tínhamos oceanos mortos no – entre nós-

Por querer guardar os olhos para florirem incautos à tua Primavera, recebi de peito desabrochado e de rosto corado o derradeiro golpe.

Incrédula, raivosa, seivada, descendo para agressiva, em estado negativo chego à hipocrisia, viscosa culmino nesta gaveta aberta sem a domino lá fechada.

publicado por Ligeia Noire às 11:54
etiquetas: ,

24
Out 11


Ante Scriptum: Repara como te ficam bem todas estas palavrinhas.

Vá, lê comigo:


Pathetic (benign)

Accept it (undermined)

Your opinion (my justification)

Happy (safe)

Servent (caged)

Malice (utter weakness)

No toleration

Invade (kill me)

Enraged (admit it)

Don't condescend (don't even disagree)

Desire(decay)

Dissapoint(delay)

You suffered then, now suffer unto me

Obsession, take another look.

Remember, every chance you took.

Decide - either live with me

Or give up - any thought you have of being free

(Don't go) I never wanted anybody more than I wanted you

(I know) the only thing I ever really loved, was hate.

Anyone (no) anything (yes)

Anyway (fall) anybody (will), anybody (kill me)

I want (you) I need (you)I love (you)

I won't (let anybody have you)

Obey (me)

believe (me)

Just trust (me)

Worship (me)

Live for (me)

Be grateful (now)

Be honest (now)

Be precious (now)

Be mine (just love me)

Possession (feed my only vice)

Confession (I won't tell you twice)

Decide (either die for me)

Or give up - any thought you had of being free.

(Don't go)I never wanted anybody more than I wanted you.

(I know) the only thing I ever really loved, was hurting you.

(Dont go)I never wanted anybody more than I wanted you.

(I know) the only thing I ever really loved, was hate.

Stay inside the hole, let me take control (dominate)

You were nothing more, you were something less (innocent)

Something had to give, something had to break (omnipresent)

Fingers on your skin, let my savage in (you deserve it)

YOU DESERVE IT

(Don't go) I never wanted anybody more than I wanted you (I wanted you)

(I know) the only thing I ever really loved, was hurting you (was hurting you)

(Dont go) I never wanted anybody more than I wanted you(I wanted you)

(I know) the only thing I ever really loved, was hate.

You're mine (I know who you are)

You're mine (I know who you are)

YOU'RE MINE

  

Lyrics by Slipknot/Letra da autoria dos Slipknot  

 

Post Scriptum: Não, não sou, a boneca ficou cansada. 

publicado por Ligeia Noire às 19:01
etiquetas:

20
Out 09


Lembras-te de quando éramos pequenas?

Lembras-te de quando éramos pequenas e tudo cabia em caixinhas?

Não é que as caixinhas tenham encolhido, não há é nada para lá guardar.

Lembras-te de quando éramos pequenas e havia detalhes e coisas fortes?

Tão fortes e supremas que derramavam…

Aquele libertador tinha razão "o tempo está a passar cada vez mais depressa".

Não tenho tido forma, não tenho tido ninho.

Ando daqui para lá e espero.

Não que tenha uma cruz inscrita a dizer-me onde anda o tesouro, apenas porque é a única coisa que sei fazer.

Esperar.

Espero, portanto, por nada.

Então não espero!?

No entanto, cá estou eu a esperar.

Não tenho tudo.

Tenho nada.

Nada, não.

Há sempre coisas.

Coisas.

Eu sou a queda ou estou na queda?

Sei, somente, que estou bem com a queda.

Não dá para pensar, para problematizar.

Não há tempo, não há o semelhante.

Já não caibo na caixinha, nem posso ficar fechadinha porque estou demasiado cheia de nada.

 

 II

 

Continuam a andar por aqui.

Quais abutres, em vias de fatigar o estômago.

Vejo-os pelo canto do olho esquerdo e pelo direito também.

O sol está a cozinhar-me.

Dobrar as pernas junto aos braços e querer ser alta.

Ainda bem que continuas a cantar, a tua injecção diária é gratuita.

Não quero atingir o abismo, nem soltar a alma.

Não quero perfazer o corpo, nem ser.

Quero ser castanha.

Fechadinha na sua campânula espinhosa e, quando cair, ser comida sem ter tempo de ver o mundo a atingir-me a carne.

 

publicado por Ligeia Noire às 22:07
etiquetas: ,

mais sobre mim
Agosto 2015
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
11
12
13
14
15

16
17
18
19
21
22

23
24
25
26
27
28
29

30
31


Fotos
pesquisar
 
arquivos
subscrever feeds