“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

10
Mar 13

E escumo a pensar na possibilidade de algum dia estes gajos tocarem, cantarem, celebrarem esta linha de coca ao vivo, já nem concebo a possibilidade de ser por terras lusas, era só mesmo tirá-la do estúdio, do disco e celebrá-la ao vivo, o estar presente seria inestimável.

Foda-se, agora que falo nisso, estas duas bandas devem, devem não, foram as mais preciosas descobertas desde, desde sei lá pá, desde os Nefilins, sim, amor todo e sem trejeitos persecutórios, a cena pura do mesmo.

Foi ouvir, comprar e guardaram-se logo no altar onde estão os eleitos.

 

Siren of souls
Howling and piercing the night
These are the streets
Clinic fingertips
Sex and violence

A naked soul
Smashed apart
Yearning, searching, longing
These are the streets
I call my home

A light pressure
Reality dissolves
I am shattered
Light, streams, energy
My ground is shifting
A mosaic of senses

Matter is running through my fingers
Time is laughing at me
This is the world:
Pulse
Surreal

 

Lyrics by Lantlôs/Letra da autoria de Lantlôs


publicado por Ligeia Noire às 22:01
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20
Mai 12


Já aqui falei de ti ainda que brevemnte e, hoje, queria poder criar uma redoma para que um pouco de ti se estabelecesse perto mas não consigo encontrar palavras que sirvam.

Estou apaixonada pelo miolo dos teus olhos, pelo tamanho dos teus cabelos, pela gracilidade das tuas mãos, pela boca menina e rosada que se orla e sacia de enoquiano, pelo teu corpo doseado em cada passo.

Assaz arrebatada pelo que este encerra, é isso, nunca me senti tão sequiosa.

Não quero que amanheça, não quero que amanhã seja Segunda-feira, quero que me dês das tuas sementes, para que as cubra de terra negra e fresca e se faça sempre Primavera no meu cemitério.

És tão belo.

Tão doce, tão teu, tanto de ti é noite estrelada à beira-rio, tão lírio branco, tão coisa de cima.

Estou enamorada pela forma como as tuas longas pestanas te guardam os olhos, pelo gosto e pela beleza que me trazes.

És o meu estro aqui e agora.

De que arbusto brotaste?

De que mar nocturno emergiste?

Ah Deus! Que inútil escrever sobre ti... estou tão apaixonada por raios e esgares e gestos e assomos de graça, sinto-me branda e abençoada.

Tão elevada, como se estivesse envolvida pelo cabelo do Salvador e, num manto sem cor descritível, me achasse nua e interrompida, longe, longe daqui, longe de tudo.

Fazes-me lembrar todas as pedras de quartzo que encontrei ao longo da vida e que quis roubar do sol ao guardá-las na gruta de onde bebo água.

Não te quero para mim, quero que continues a crescer e te estendas, ó minha aradeira bravia, por tudo o que eu conseguir alcançar.

Amo-te inteiro e mais um pouco.

És todas as coisas calmas e demoradas.

Tão imersa neste estado de arroubamento que ainda não te consigo… não, não consigo.

Não pertences aqui, deixa que o escreva, tu sim, tu, Ser que comunga da Mãe-Terra e que tem o avesso de reflexo lunar revestido, tu, não és, pois, daqui.


publicado por Ligeia Noire às 23:06

17
Jan 12


Não é que me doa a cabeça mas ando a atulhá-la sem responsabilidade e não lhe dou tempo para que arrume tudo em gavetas.

Sinto-me um pouco fraca e muito… muito cansada, cá dentro.

Hoje o medo abateu-se sobre mim, como uma ave de rapina, pensei que se devesse às coisas que luzem ao sol mas continuei com ele agarrado à tiróide, como catarro.

O quarto está frio e os pulsos estão porosos, deitei-me um bocado para esvaziar as entranhas e devo ter dormido uma hora pequena, sonhei com coisas escuras e pessoas efémeras.

Acordei com os salmos dos Les Joyaux de la Princesse mancomunados com os Death in June, que à semelhança dum remoinho, volteavam e volteavam, abrindo uma porta na noite escura.

E preciso de escrever.

Há uns tempos, a senhora de negro disse que ao longo da sua vida encontrou alguns raros com quem nunca trocou uma palavra mas com quem sentia um entendimento mútuo, apenas pelos curtos cruzamentos de olhares.

Olhares de entendimento.

Quando li isto, há alguns anos, não compreendi como alguém podia passar anos a ver uma pessoa, com a qual sente empatia, e não falar com ela, porquê?

Hoje compreendi e, curiosamente, sinto uma satisfação mansinha.

Isto foi-se sucedendo sem que me desse conta e quando me apercebi, sorri.

É espirituoso, não é verdade?

Refunda à não existência de acasos.

Há uma senhora, na minha escola, um pouco mais velha do que eu e uma rapariga, onde vivo, um pouco mais nova.

Ambas exercem o seu fascínio sobre mim.

Vejo-as, ocasionalmente, desde que entrei neste circuito.

São ambas muito bonitas, discretas e reservadas.

A mais velha tem os cabelos compridos ondulados e a mais nova tem os cabelos curtos e vastos.

Lindos, lindos cabelos de carvão.

A dama emana uma calma, equilíbrio e temperanças que me atravessam de um lado ao outro.

No entanto, tal como as sirenas dos gregos e as águas dos lagos, que placidamente aguardam pela lua, haverá, pela certa, mistérios que são só dela.

A donzela é o exemplo de moça que cresceu antes do tempo, ri sem esboçar sorriso, gentil, delicada, espirituosa e que bela e graciosa atravessa a rua.

Mulheres tão detalhadas, delicadas como diamante.

Cruzei-me com as duas hoje.

Dei conta das vestes longas da senhora a abandonarem um corredor e deparei-me com a figura de alabastro da donzela a espelhar conversas no átrio.

Cruzámo-nos nos olhos várias vezes, o entendimento atravessa-me e falámos sem falar.

Já me disseram muitas coisas e eu gosto muito disto, gosto muito de observar e gosto, mais ainda, de ter momentos de entendimento e compreensão sem dizer uma única palavra, como se tivesse subido uma caleira e pudesse espreitar por cima das nuvens ou, descido duas, e fosse visitar a barriga da Terra.

E, ao contrário do que achei no passado ao ler o texto da senhora de negro, jamais lhes quero falar, não preciso e alagaria tudo.

Que rudimentares me parecem estas palavras para descrever tais singularidades.

É tão engraçado quando nos apercebemos de que temos almas que nos brotam dos olhos.

Almas que já viveram e vivem outros mundos.

publicado por Ligeia Noire às 21:10

27
Set 11


6 a.m. Christmas morning 

 

No shadows, 
No reflections here 
Lying cheek to cheek 
In your cold embrace 

So soft and so tragic 
As a slaughterhouse 
You press the knife against your heart 
And say that: 


"I love you, so much you must kill me now." 


I love you 
...so much 
You must kill me now

If I was your vampire 
Certain as the moon 
Instead of killing time 
We'll have each other 
Until the sun

 

If I was your vampire, 
Death waits for no one 
Hold my hands 
Across your face, 
Because I think 
Our time has come 

Digging your smile apart 
With my spade tongue 
The hole is where the heart is 
We built this tomb together, 
And I won't fill it alone. 

 

Beyond the pale 
Everything is black 
No turning back. 

If I was your vampire 
Certain as the moon 
Instead of killing time
We'll have each other 
Until the sun. 

 

If I was your vampire, 
Death waits for no one. 
Hold my hands 
Across your face, 
Because I think 
Our time has come. 

Blood-stained sheets 
In the shape of your heart 

 

This is where it starts... 

 

Blood-stained sheets 
In the shape of your heart

 

This is where it starts 
This is where it will end 

 

Here comes the moon again 

6:19 and I know I'm ready 
Drive me off the mountain

 

You'll burn, 
I'll eat your ashes 


The impossible wheels seducing our corpse. 


If I was your vampire 
Certain as the moon 
Instead of killing time 
We'll have each other

until the sun

 

If I was your vampire, 
Death waits for no one. 
Hold my hands 
Across your face, 
Because I think 
Our time has come... 

Beyond the pale 
Everything is black 
No turning back 

This is where it starts
This is where it will end 

 

Here comes the moon again. 

 

Lyrics by Marilyn Manson/Letra da autoria dos Marilyn Manson

  

Post Scriptum: Este álbum é líndissimo e, esta letra, é uma rosa que dorme quietinha num sepulcro demasiado amado.

publicado por Ligeia Noire às 19:41

18
Mar 11


Há muitos tu neste caderno medicamentoso, e apetecia-me falar do tu de hoje, o tu que não posso clarear em palavras, o tu que não sei se ainda gosto.

Tu que nunca sei como enunciar.

Tu que fazes com que tenha de metamorfosear e camuflar ainda mais as palavras porque és um espírito sempre presente e não tenho a certeza se quero que leias isto.

Como dizem os Interpol de uma golfada I am safe without it mas, às vezes, meus caros músicos, as coisas surgem, aparentemente, abandonadas à nossa porta e temos de as carregar no bolso.

E é assim que me sinto em relação a ti, que estou melhor sem te pensar, sem me lembrar, sem te trazer para

os olhos, às vezes, até acho que já morreu e não me sinto culpada por isso.

Tudo é dúvida, pelo menos em mim.

E também me pergunto por ti mas confesso que já não há atmosfera ou tempo para quebrar, aliás, não há coragem.

Mas hoje aconteceu uma daquelas coisas que me fez retroceder alguns anos e ver-me embevecida a contemplar as maravilhas do que não se pode explicar.

Já não esperava que o universo ainda se importasse em cruzar-nos a distância.

E de facto, parece que ainda não perdi a ingenuidade porque o coração tremeu e os olhos sorriram e eu com eles.

Como se aquilo tivesse provado, que tudo era verdadeiro, real e inequívoco.

Como se fosse suceder para além das nossas vidas e vontades. Como se fôssemos conhecidas de outras reminiscências.

E fiquei feliz por saber que o Supremo ainda não se esqueceu de nós e quer que nós façamos o mesmo.

Na verdade, depois de perceber que apenas eu me sentia alentada, todas aquelas coisas pesaram nos bolsos e na alma.

Não vejo as coisas planas e, se calhar, foi tudo empolado na minha cabeça desde o princípio.

E no princípio era o verbo e o verbo fez-se carne e, uma vez enxaguado dela e de sangue e coisas que alimentam a alma, este pereceu às mãos de si mesmo.

O verbo não foi eterno porque se consubstanciou.

Todavia, foi apenas na sua concretização, no seu alagamento com vida, que este pôde algum dia entender-se e ser entendido.


publicado por Ligeia Noire às 00:55

12
Out 07

 


29/09/2007

publicado por Ligeia Noire às 15:25
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