“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

23
Nov 12


Ante ScriptumÓ Poderosa Mãe de Deus e dos bichinhos terrestres, se estes gajos não me aparecessem por

Portugal jamais lhes poria os ouvidos em cima, falo dos nipónicos MONO… da terra das raparigas de

porcelana ainda só conheço os Boris mas acho que posso acrescentar estes à minha caixinha operária.


Já era tempo de escrever sobre ele, isto é sobre ele.

São coisas que me vêm à noite e ficam ali, a pairar.

Pairando.

Apenas à noite me permito pensar em tais insânias… nada de novo.

Intriga-me Supremo, intriga muita gente, ele.

E, na verdade, é como as musas e os estros, nunca são nossos.

Gosta de coisas que me passam sem ferir, não as contemplo como ele, não as entendo, não são expressas em língua que conheça.

E seivo por querer saber o que ali dentro anda e se caminha.

Não consigo confiar nele e confio.

Queria atravessá-lo para além do corpo, navegá-lo nos olhos e não os alcanço e isso anseia-me, frustra-me, irrita

me e, por fim, entristece-me.

Fico assustada de sequer pôr a hipótese de ter gostado dele – gostado- e não ter compreendido nada do que

estava a acontecer por ser demasiado eu e estar demasiado dentro.

E se ele me pudesse salvar?

E se eu me desatasse para ele – que flor escolherias?-

Seria tudo finalmente ou isto é apenas o desespero e o medo a incubarem o desejo de que ele me colha e

salve das vozes da barriga da Terra?

Esperemos que não, esperemos que seja uma dúvida natural, uma suposição mansinha de quem não conseguiu

adormecer, ainda.


publicado por Ligeia Noire às 14:57
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08
Jun 11


A beleza tem um nome: Isabelle Adjani... é impossível ser tão bela.

Tão delicada e tão intensa.

Nenhuma personagem feminina em adaptações do Drácula chega, sequer, perto da sua beleza, da sua presença e da sua profundidade.

Estou perfeitamente enamorada pela personagem.

Klaus Kinski, que me perdoem o Bela Lugosi, o Gary Oldman e o Max Schreck mas revendo tudo e… e… não sei.

Todos foram únicos e especiais mas... Não há palavras. Tenebroso, sombrio e repulsivo mas ao mesmo tempo triste, afastado, pesaroso, delicado… Tudo aquilo que séculos e séculos de vivência lhe inculcaram nos olhos, deslumbrante!

Posso dizer que de todas as versões, esta é a mais bela, a mais negra, a mais assustadora, a mais mágica e a mais tudo.

Werner Herzog consegue o melhor de cada elemento, os movimentos solitários da capa de Lucy, os cabelos espalhados, a forma como a câmara parece namora-la, a caracterização imaculada do nosso conde, aquela captação inicial, os camponeses que olham como camponeses, as roupas da Lucy… o branco que é tão negro e tão imaculado… o casaco do Conde, a capa do Jonathan… O sarcasmo subtil e o negro sobre negro.

E que banda sonora, que música é esta? Que triste, que abismal, que seda fria e desconcertante.

Tantas coisas, tantas coisas…

 

Time is an abyss.

Profound as a thousand nights.

Centuries come and go.

To be unable to grow old is terrible.

Death is not the worst.

Can you imagine enduring centuries, experiencing each day the same futilities?

 

Depois de tantas histórias, reminiscências, livros, artigos, filmes, peças de dança, música, lendas, mitos e superstições, fica este vazio, como se me sentisse abandonada… Como se o amanhecer me obrigasse sempre a contentar-me com a realidade. Tudo fora daqui tem sol e cor e palavras e barulho e olhos e tens razão Conde… deve ser terrível não se poder ter a bênção da morte.


publicado por Ligeia Noire às 23:18

23
Mai 11

 

Podia dizer muitas coisas mas, hoje, deixo a palavra à personagem que, sentada num banco de cabeça baixa, se questiona sobre as decisões que tomou e fica de olhos vagos sobre aquilo que lhe é caro.

As perguntas que não cessam e divagam em silêncio doloroso, as respostas que nunca... nunca chegam. 

Somos filhos orfãos que anseiam regressar a casa.

 

You know... I've been here for a very long time.

And I remember many things.

I remember being at a shoreline...

watching a little gray fish heave itself up on the beach

and an older brother saying:

don't step on that fish, Castiel. Big plans for that fish.

I remember the Tower of Babel...

all 37 feet of it,

which I suppose was impressive at the time.

And when it fell, they howled divine wrath.

But come on...

Dried dung can only be stacked so high.

I remember Cain and Abel...

David and Goliath...

Sodom and Gomorrah.

And, of course, I remember the most remarkable event.

Remarkable because it never came to pass.

It was averted by two boys...

an old drunk...

and a fallen angel.

The grand story.

And we ripped up the ending...

and the rules...

and destiny...

leaving nothing

but freedom and choice.

Which is all well and good,

except...

Well, what if I've made

the wrong choice?

How am I supposed to know?

I'm getting ahead of myself.

Let me tell you my story.

Let me tell you everything.

  

In Supernatural


publicado por Ligeia Noire às 19:49

14
Mar 11


Love's the funeral of hearts

And an ode for cruelty
When angels cry blood
On flowers of evil in bloom

The funeral of hearts
And a plea for mercy
When love is a gun
Separating me from you

She was the sun shining upon
The tomb of your hopes and dreams so frail
He was the moon painting you
With its glow so vulnerable and pale

Love's the funeral of hearts
And an ode for cruelty
When angels cry blood
On flowers of evil in bloom

The funeral of hearts
And a plea for mercy
When love is a gun
Separating me from you

She was the wind, carrying in
All the troubles and fears you've for years tried to forget
He was the fire, restless and wild
And you were like a moth to that flame

The heretic seal beyond divine
A prayer to a god who' s deaf and blind
The last rites for souls on fire
Three little words and a question:


why?

 

Love's the funeral of hearts
And an ode for cruelty
When angels cry blood
On flowers of evil in bloom

The funeral of hearts
And a plea for mercy
When love is a gun
Separating me from you


Lyrics by His Infernal Majesty/Letra dos His Infernal Majesty

 

Post Scriptumporque gosto de canções bonitas e porque hoje só me apeteceu ficar quietinha a enrolar o cabelo e a olhar a chuva, daqui, da minha luz escura.

publicado por Ligeia Noire às 22:56
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10
Jan 11


E lá está a música a salvar-me aos bocadinhos, espera comigo e fica a chorar ao meu lado e choramos abraçadas. Assim de forma tão simples que é impossível entender.


She shines

in a world full of ugliness
She matters when everything is meaningless

Fragile
She doesn't see her beauty
She tries to get away
Sometimes
it's just that nothing seems worth saving
I can't watch her slip away

I won't let you fall apart

She reads the minds of all the people as they pass her by
hoping someone will see
if I could fix myseld I'd...


...but it's too late for me


I wont let you fall apart


We'll find the perfect place to go where we can run and hide

I'll build a wall and we can keep them on the other side

...but they keep waiting
...and picking...


It's something I have to do

(I wont let you fall apart)

I was there, too

(I wont let you fall apart)

before everyhting else

(I wont let you fall apart)

I was like you

(I wont let you fall apart)

  

Letra dos N.I.N./Lyrics by N.I.N.

publicado por Ligeia Noire às 23:20

17
Out 10


Protegida por espinhos que não impedem o olhar mas que evitam o acesso.

As coisas que preciso dizer mas que não saem do peito.

As coisas que preciso dizer são tantas e tão densas, que talvez não caibam em palavras pequeninas e simples como as minhas.

Poucas vezes, aliás muito poucas vezes, o tempo permaneceu quieto e calado sem que eu me importasse.

Normalmente, não me permito a ouvir o seu silêncio. Mesmo quando não há música a minha cabeça prende-se como uma aranha e cospe, sem parar, bocados e trechos de paranóias fantasiosas ou de pesadelos inconscientes.

Quanto a ficar quieto, não me importaria mas já foge ao meu controlo.

O que será que pende das mãos do Supremo? O que estará cingido ao seu peito? O que estará no centro da esfera?

-Aquilo que as pessoas são, aquilo que mostram, aquilo que pensam ser e aquilo que pensamos delas-

das descrições mais perturbadoras e fiéis ao ser humano que li até hoje. Eu fico-me sempre pelo que penso. Sempre.

O mundo extenso que venho a criar cá dentro, desde que ganhei consciência de mim. O mundo perigoso de onde não consigo sair porque não quero, porque lhe pertenço, porque me evado do pecado à sua entrada...

porque cá fora tudo me deforma e me faz cair na sua direcção, é este mundo que me empurra para a cave. É lá que caio da viagem circular onde sou rato mirrado em ânsias de me tornar una.

Sabes Supremo, eu tenho a alma delapidada e em sangue e tenho saudades de me aninhar no teu colo. Gostava que estas palavras se adornassem de enoquiano e te chegassem, para que me albergasses no teu seio e me abraçasses como se abraça quem nos sabe. Eu já não consigo afastar os pensamentos, já não consigo manter os olhos abertos.

Eu sei que tu te traduzes em receptáculos. Eu sei que tu não és uno na tua imensidão mas aqueles que tornaram o tempo calado e silencioso foram-se embora na distância e já me esqueci dos seus abraços. Choro com isso mas nada mais há. Só lágrimas do que não cabe em palavras pequenas.

Quando o mundo de fora se agrava e me retalha, mais forte esta ânsia de te abraçar fica. A ânsia de abraçar aqueles que um dia pararam o tempo nos meus olhos.

Tu não viajaste deles para mais ninguém. Eu não quis abraçar mais ninguém. Se calhar, já nem neles permaneces, se calhar eles eram eu.

Sentadas no chão do quarto com a vida toda do lado de fora quieta e amansada.

Abraçados no limbo, de mãos dadas e de olhos descobertos.

As saudades que tenho, as saudades de ter a alma entendida e aninhada.

As saudades que tenho dos momentos em que o mundo de dentro cresceu e floresceu nos olhos dos que me vertiam.

publicado por Ligeia Noire às 16:18
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01
Ago 09


Odeio o silêncio.

Deixa-me demasiado perto de mim.

Quando ele chega, eu ouço-me e não consigo pensar.

Não consigo ritmar a respiração.

Deixo de percepcionar o externo.

Como uma garrafa de nada, uma garrafa que não te acalma.

Uma garrafa que não te traz, nada mais, que silêncio.

Um longo encontro contigo invertida.

publicado por Ligeia Noire às 17:54
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31
Jan 08


Aqui estou eu, perdida, deixada ao relento para ser consumida.

Aqui estou eu, vazia, a desaparecer para poder viver.

A morrer, a contar, a conter, a ressacar.

A preencher-me de coisas para não transbordar.

São coisas, muitas coisas por queimar.

São sentimentos chacinados em ânsias de voltar.

São teimosias que se tornaram vícios.

Delícias em que me prendi e não larguei e não deixei de abusar.

São bloqueios dolorosos que impedem este sangue de me alimentar.

Por isso, abri o peito hoje de manhã e, fiquei assim, parada no tempo.

Olhei, tentei e voltei a fechar porque o seu conteúdo era impossível de renegar.

publicado por Ligeia Noire às 12:26

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