“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

19
Fev 13


Apanho-me, ocasionalmente, com aquele sorriso idiótico no rosto desde que ele me disse (e o quê fica aqui no bolso).

Ando a congeminar uma relação nas arestas e furúnculos da do Lord Henry - Dorian Gray ou melhor, a que ficou por acontecer entre o outro Lorde, o real, o de terra nenhuma e a empregada do restaurante, sim essa é mais plausível, afinal de contas sou uma mansita e só vou abrir cortinas.

A diferença é que sou mulher, mas Eva também era e Lilith e a Babalon, e tenho o sortilégio involuntário do meu lado.

Então, que me dizes a transformá-lo?

E se eu tentasse?

E se eu fizesse como os punks e os batcavers e adaptasse o que tenho, àquilo que quero?

Seria assim tão ofensivo, imoral, infame?

Eram só uns pozinhos…

E não há nada como experimentar.

Conduzir.

Podia construir-lhe um casulo bonito (nunca para aprisionar mas para condicionar), adicionar-lhe violência, capacidade predatória, ficaria perfeito e podia ser que resultasse e eu finalmente falasse enoquiano sem ter de me aproximar do pó estelar.

Fico toda emborboletada só de pensar no que posso atingir, no perigo do abismo.

Claro que depois ele conceberia uma realidade ainda mais nefasta mas, também, no jardim do início, a serpente só falou, foi a Eva quem comeu e deu a comer…

Quando um não quer, dois não dançam.

 

publicado por Ligeia Noire às 23:16

01
Jun 09


Como se me tivesse superiorizado.

Acho que deixou de existir oxigénio.

Não estavas lá mas o vaso que te impunha, que te recebia, percebeu.

Senti o seu incómodo, a sua perturbação.

Ele mexia-se como se soubesse que algo estava errado.

Ele olhava para trás, de soslaio mas nada podia ligá-lo a uma estranha.

Eu desconhecia-o.

Foram momentos de cruzamento.

Momentos de limbo.

Momentos de inexistência que de tão fortes quase me permitiram voltar a sentir o perfume.

A fragrância que usavas quando me tomavas.

Desde aquela época que tentei volver ao sentido o cheiro mas não consegui.

Lembro-me da última vez que me invadiu.

Estavam muitas pessoas.

Eu estava a olhar a viagem pela transparência do vidro e o coração mudou o ritmo.

Era alguém que o usava ou então era a minha vontade que fazia com que alguém o usasse sem usar.

Era aquele mesmo cheiro.

A essência de um querer sufocado em maciez selvagem de animal cessante.

Desde esse dia, jamais o pude trasladar para as minhas veias.

Era-me impossível!

E hoje foi assustador.

Hoje, senti o perfume, ali, à minha espera mas não consegui chegar-lhe.

Foi bizarro.

Foi corpóreo.

Não havia nada e havia, no entanto, chamamentos, elevações, invisibilidades que me deixaram estática.

Será que o tempo, o espaço e a distância não se materializam para as almas?

Será que navegamos para lá dos receptáculos?

Mas como pode alguém preencher um vaso já preenchido?

Como pode alguém querer ausentar-se de si para o que distanciou?

Apenas para criar manifestações paranóicas?

Terei eu criado algo?

Terá "algo" tido a indiscrição de me perturbar?

Pensei que ia desfalecer ali.

Por entre os bancos, as janelas, a estrada deslocada, o calor venenoso e o teu vaso ou o meu encantamento.


publicado por Ligeia Noire às 23:44

07
Set 07

Parece doce, assim falada

Escrita

Desejada

 

Não sei, não me apetece saber

Se assim é

Se assim tem de ser. 

 

Se desisti, se cá dentro faleci

Se me conheces

Se queres saber

Se te conheces

Ou queres conhecer

 

Se me tomas em teu manjar

Se me mataste

Ou queres matar.

 

Acabar-me de prazer

Ou, simplesmente, ver-me morrer.

Sucumbir à desistência ou, somente, perder a decência.

Afastar-te ou prosseguir a desejar-te

Querer-te ou apenas adormecer-te…



publicado por Ligeia Noire às 13:52

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